São Paulo. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi um "tropeço na democracia" do Brasil.
Em resposta, o também ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que "o único tropeço" no processo de impeachment foi a realização de uma votação fatiada durante o julgamento.
Ao fim do julgamento da petista, Lewandowski tomou a decisão de permitir o "fatiamento" da votação. Assim, o Senado pôde manter os direitos políticos de Dilma Rousseff, mesma retirando-a do governo.
A declaração de Lewandowski foi registrada pela revista "Carta Capital", que publicou uma gravação de trechos de uma aula que ele ministrou na Faculdade de Direito da USP, da qual é professor titular.
O ministro, que presidiu o julgamento da ex-presidente no Senado, fazia considerações sobre a participação popular na democracia brasileira quando passou a falar sobre a deposição da petista. "(Esse impeachment) encerra novamente um ciclo daqueles aos quais eu me referi. A cada 25, 30 anos, no Brasil, nós temos um tropeço na nossa democracia", afirmou. O ministro disse que o modelo do presidencialismo de coalizão, com a existência de vários partidos políticos -hoje, são 35 registrados no Tribunal Superior Eleitoral- culminou no processo que cassou a petista.
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