segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A morte de Peixoto de Alencar

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Faleceu na noite de sábado (24) o veterano radialista Francisco Olavo Peixoto de Alencar, que marcou sua trajetória no radialismo cearense como noticiarista.

Ele apresentava saúde frágil, tinha  89 anos e há algum tempo estava afastado do Rádio e dos microfones.

Os mais antigos certamente se lembram de seus bordões poderosos: “Peixoto de Alencar, quando ele fala o Ceará escuta”, era o mais famoso.

Peixoto tinha uma voz limpa, entre médio e grave, e sabia utilizá-la muito bem para narrar de forma coloquial a notícia. Não raro acrescentava algumas tiradas bem pessoais ao texto.

Uma das mais conhecidas era “O Orós não vai arrombar”, proferida numa época em que se espalhou a notícia ou boato de que o então maior açúde público do Estado estaria sofrendo forte pressão na parede, e se viesse de fato a arrombar, a força das águas levaria tudo pela frente. Em tom profético Peixoto garantia que a tragédia não aconteceria.

Na década de setenta ele se destacou na Radio Dragão do Mar onde atuou por mais tempo. Foi na Dragão que formou uma famosa dupla de noticiaristas com Mardônio Sampaio, quando a emissora ainda pertencia ao Gal. Almir Macedo de Mesquita.

No final da década de 1970, quando o então Ministro de Minas e Energia Cesar Cals comprou a emissora, Peixoto de Alencar permaneceu lá.

Ele também atuou nas rádios, Uirapuru (hoje Record); Assunção AM e Verdes Mares AM.

Peixoto de Alencar gostava de uns birinaites, como ele mesmo dizia, e era um sujeito afável e bonachão nos bastidores. E grande contador de histórias antigas do Rádio. Mas mudava completamente ao falar.

“Sem credibilidade na voz um radialista não é nada”, dizia.
CAUSO IMPAGÁVEL

Quando se preparava para narrar o noticiário ele teve um desarranjo intestinal e se trancou no banheiro da Rádio. Sem condições de voltar ao estúdio berrou que o operador lhe trouxesse o microfone e o script porque falaria de lá mesmo. E assim fez.

“Isso devia ir pro Guiness, a primeira vez que o noticioso de uma Rádio foi ao ar direto da privada”, contava às gargalhadas. A história virou causo impagável do Rádio cearense.

O corpo do radialista Francisco Olavo Peixoto de Alencar foi sepultado as 15 horas no cemitério Parque da Paz.

Por Cláudio Teran

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