quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Ceará tem queda na produção de 65% das frutas devido à seca

Abacaxi é exemplo de fruta que teve aumento de preço em Roraima (Foto: Rodrigo Menaros / G1 RR)
Produção do abacaxi deverá ter crescimento de 17,45%  em relação ao ano passado (Foto: Rodrigo Menaros / G1 RR)
Um dos principais itens da pauta de exportações no Ceará, as frutas produzidas no estado têm tido queda na produção em consequência da escassez de chuvas nos últimos cinco anos. De acordo com Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) divulgado nesta terça-feira (9), nos meses de junho e julho, das 21 variedades cultivadas no estado, houve alteração na produção de 18, das quais quatro tiveram aumento na safra e 14 (65%) diminuição na produção.
Em decorrência da estiagem, a expectativa de produção no Ceará é de 970 mil toneladas de frutas frescas em 2016, decrescendo 0,11%, comparando-se ao mês anterior e crescimento de 1,39% em relação à primeira expectativa. Comparando-se ao ano passado esta safra apresenta a expectativa de ser 18,60% maior que a safra passada (817.400 t).
Frutas com maior produção
O levantamento mostra que as variedades que apresentam crescimento são o melão, melancia irrigada, acerola e banana irrigada. Já as que apresentam diminuição na safra são melancia de sequeiro, ata de sequeiro, banana de sequeiro, goiaba irrigada, goiaba de sequeiro, laranja, limão, graviola, manga de sequeiro, maracujá, seriguela, mamão, tangerina e uva.

Segundo o IBGE, o crescimento na produção do melão foi devido à área plantada em Limoeiro do Norte ser maior que a inicialmente prevista, irrigada através de poços profundos. A produção de melão em Morada Nova foi em decorrência de transferência de área de Aracati, uma vez que a dificuldade de água para irrigação em Aracati é maior.

Já a melancia irrigada, o crescimento foi devido à nova área incluída no município de Morada Nova. Quanto à acerola, o aumento na deve-se à ampliação de área nos municípios de Paraipaba e Itapagé, irrigados através da água de poços. Sobre a banana irrigada, o IBGE fez uma reavaliação no rendimento esperado no município de Iguatu, pois “houve um ligeiro aumento de rendimento da banana devido a recuperação de Bananais que haviam sofrido com a ventania ocorrida no ano passado na região”, diz o levantamento.
Produções prejudicadas
Com relação à banana de sequeiro, o quinto ano consecutivo de seca de seca afeta o rendimento nos municípios de Sobral, Poranga, Itapagé,  Sertão de Crateús e municípios do Sertão de Inhamuns. Além disso, a área foi reduzida nos municípios de Caririaçu,  Abaiara e em municípios da microregião do Cariri, face à morte de bananeiras.

Sobre a goiaba irrigada, a escassez de água para a irrigação afetou os rendimentos nos municípios de Sobral, Catarina e Caririaçu. Além da falta de água, houve ocorrência de pragas nos municípios de Aurora (nematóide), Barro (lagarta das folhas na fase de mariposa) e Mauriti (mosca das frutas).

Quanto à goiaba de sequeiro, a escassez de chuvas comprometeu o rendimento no município de Piquet Carneiro.  A laranja, que necessita ser regada ou irrigada para produzir, face à escassez de água, apresentou queda no rendimento no município de Sobral e na microregião do Sertão de Crateús. No município de Crato, constatou-se que a área foi reduzida em virtude da morte de laranjeiras nestes anos de seca.

Pelo mesmo motivo o limão, apresentou queda no rendimento no município de Sobral.
O cultivo de graviola, no município de Apuiarés teve a área reduzida devido à dificuldade de água para irrigação.  Sobre a manga de sequeiro, houve redução de área nos municípios de Apuiarés, Tarrafas, Crato e Jardim, pois os sucessivos anos de seca vêm causando a morte de mangueiras.
Outros frutos
Segundo a pesquisa, a abacaxi de sequeiro continua com a produção estimada em 778 mil frutos, representando redução de 28,95%, comparando-se ao primeiro levantamento. Mas, crescimento de 11,46%, comparando-se à safra 2015 (698 mil frutos). Já o abacaxi irrigado tem produção estimada de 2.262 mil frutos, representando crescimento 1,62% comparando-se com a primeira estimativa (2.226 mil frutos) e 17,45%, comparando-se à safra 2015 (1.926 mil frutos).
O coco-da-baía (seco) decresce para a produção estimada de 120.090 mil frutos, representando redução de 0,14%, comparando-se ao mês anterior (120.261 mil frutos). Esta redução ocorreu porque em Cariruaçu, Abaiara e Apuiarés, devido aos anos de seca, o rendimento dininuiu e no município de Jardim a área também foi reduzida. Em consequência, houve redução de 0,14% em relação ao primeiro prognóstico (121.248 mil frutos), mas, ainda crescendo 54,41%, comparando-se à safra 2015 (77.772 mil frutos).
Já o coco-da-baía (água) apresenta redução de 0,20% em relação ao mês anterior (203.090 mil frutos) devido à água para irrigação estar sendo insuficiente nos municípios de Groaíras, Poranga, Piquet Carneiro, microregião do Sertão de Crateús e municípios da microregião do Sertão de Inhamuns. Além disto, a área diminuiu em Apuiarés e Caririaçu.  Em consequência, comparando-se ao primeiro prognóstico (203.825 mil frutos), a redução é de 0,56% e crescimento de 81,57%, comparando-se à safra 2015 (111.626 mil frutos).
Verônica PradoDo G1 CE

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