
A Tocha Olímpica, enfim, chegará ao Ceará nesta terça-feira (7), o que já está gerando grande expectativa por parte da população que reverencia o esporte. Inicialmente, o símbolo das Olimpíadas passará por Aracati (a 185 km de Fortaleza), quando passará pelo Centro da cidade.
Logo depois, a tocha vai para Aquiraz e segue até a Capital, de onde deve iniciar o percurso de 35 km, por volta das 13horas, partindo da Arena Castelão em direção ao Centro de eventos do Ceará, na Avenida Washington Soares (rota 1).
Para entender um pouco mais sobre a história de um dos maiores símbolos dos Jogos Olímpicos, é preciso ir um pouco longe na história. A tocha sempre esteve integrada à cultura helênica, da Grécia antiga, deste a época de Péricles, em 495 a.C. A 420 a.C., como fontes de iluminação durante a noite para que as pessoas pudessem andar dentro e fora das cidades.
Mas este objeto passou a ganhar destaque quando começou a ser usado para acender e transportar o fogo sagrado utilizado nos templos dos santuários gregos. O fogo sagrado, como explica o livro "Olimpo, Olímpia e Jogos Olímpicos" do professor de medicina José Campos de Barros, da Universidade Federal do Ceará, simboliza a presença dos deuses entre os homens e teria a função de facilitar a comunicação divina com a humanidade, além de oferecer a purificação ao universo e ao homem.
As tochas, naquela época, eram usadas também em casamentos, durante uma cerimônia pré-nupcial, quando eram conduzidas pela mãe da noiva durante o trajeto para a casa do marido, para iluminar o caminho da moça durante a passagem da vida de solteira para o matrimônio. Durante as Panateneias (festas para divindades), já existia uma corrida de revezamento com tochas, o que provavelmente inspirou o cerimonial de abertura dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
No entanto, a primeira edição dos Jogos a contar a presença da tocha foi a de 1928, em Amsterdã, mas ainda sem o conceito do revezamento olímpico, como é conhecido atualmente, que foi desenvolvido nos anos seguintes pelo Barão de Coubertain.
O transporte do fogo sagrado da cidade de Olímpia, sede dos jogos, foi em 1936, antes da Olimpíada de Berlim, e foi promovido, pela primeira vez, por Adolf Hitler.
Até os dias de hoje, mulheres vestidas de sacerdotisas dos tempos antigos repetem a cerimônia de acendimento da pira em homenagem a Zeus, deus grego da mitologia, e a passagem da chama para o comitê organizador dos Jogos. Assim, se inicia o revezamento até a cidade-anfitriã.
Entre os condutores
O momento é, talvez, único, mas a ansiedade e a felicidade se misturam a ponto de quase "querer levar para casa" uma lembrança inesquecível. Em Fortaleza, 173 pessoas terão a honra de conduzir a tocha em diferentes pontos. As emoções estarão reservadas desde a largada, na Arena Castelão, ao ponto final do percurso, no Aterro da Praia de Iracema.
Atletas, estudantes, trabalhadores e artistas estarão reunidos num único sentimento: carregar a chama olímpica. Sentimento esse que para a estudante Samira Emilly Sena, de 13 anos, será especial. "Estou muito feliz em ser uma das escolhidas e sei que vou ficar muito emocionada ao conduzir a tocha, já que se trata de um dos eventos mais importantes do mundo", disse a adolescente, que venceu um concurso de redação, o qual lhe deu o direito de conduzir o artefato pelas ruas da Capital.
por Irailton Menezes - Repórter
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