O Governo do Estado inicia operação de emergência para não faltar água em Fortaleza, num esforço para ainda tentar evitar o racionamento previsto para julho, ou pelo menos atenuar seus efeitos. Nesta quinta-feira (23) começam a ser perfurados poços profundos na Capital. É a primeira de várias ações para reforçar o abastecimento.
“Amanhã (hoje) vamos começar uma série de perfurações de poços em algumas localidades de Fortaleza, para exatamente evitar qualquer tipo de prejuízo à população”, disse o governador Camilo Santana (PT), na noite de ontem, em solenidade na qual anunciou investimentos em recursos hídricos em Beberibe (distante 83 km da Capital).
As perfurações foram autorizadas ontem pelo governador, em reunião com técnicos da área de recursos hídricos. “Como se faz em cidades do Interior, vamos fazer em Fortaleza”. Outras ações também deverão ser adotadas.
Ele destacou que será necessário reduzir o consumo. “Precisamos economizar mais para não faltar água”. Porém, ressaltou que não está definido se haverá mesmo racionamento na Capital, ainda que o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, projete que a restrição já possa ter início em 20 de julho. A decisão só será tomada quando a Cagece apresentar o plano de contingência.
“Estou esperando relatório chegar, no fim do mês, para que a gente possa analisar qual é o contingenciamento que o Estado vai fazer, qual é a redução”, disse Camilo.
A perfuração de poços tem objetivo, principalmente, de compensar a redução da pressão no fornecimento de água. A prioridade serão os locais elevados e no fim das linhas de abastecimento, onde a água tem maior dificuldade para chegar e, portanto, tem mais propensão a faltar.
O Estado dispõe de 11 máquinas de perfuração e está comprando mais 19. Mapeamento inicial apontou potencial para 48 poços, em locais como Morro Santa Terezinha, Lagoa do Opaia e Pici. “A ideia é que a gente possa recuperar a redução (da oferta de água) com a perfuração de poços nos locais mais elevados. Para não ter prejuízo a ninguém, a nenhuma área”, afirmou Camilo.
O governador informou ainda haver dificuldades na conclusão da obra de transposição do rio São Francisco. “Estou preocupado, porque no trecho do canal da transposição, recebi informação de que teve um problema com a construtora”. Isso pode interferir no calendário da chegada da água. Ele afirmou que o desfecho da obra é a única forma de garantir o abastecimento da Capital.
“A conclusão da transposição é a única certeza que podemos ter. Não podemos prever se nós vamos ter um bom ‘inverno’ ou não. A perspectiva é que possa ser um bom ‘inverno’ no ano que vem, mas isso pode não acontecer. A única certeza que posso ter é realmente um prazo definido das águas do São Francisco chegando ao Ceará”.
(O POVO)
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