O Governo do Ceará estuda a possibilidade de manter a tarifa de contingência na Grande Fortaleza para quem não economizar água, mesmo com o racionamento que deve ser implantado na região no segundo semestre. O assunto foi tratado na Assembleia Legislativa em debate sobre a situação hídrica do estado, nesta quarta-feira (22).
Com a tarifa de contingência, os consumidores devem reduzir o uso de água em 10%. Caso não atinja a meta, há uma taxa de 120% sobre o valor não economizado.
A manutenção da tarifa de contingência é defendida pelo presidente da Cagece, Neuri Freitas. “Entendo que sim, acho que temos que manter. Se não conseguirmos isso, você vai deixar todo mundo livre para de repente, num momento que tiver água, poder consumir ao extremo, armazenar ao extremo, e isso vai dificultar, em virtude de uma possível redução na oferta”, argumenta.
Esse é um cenário estudado no plano de contingência que está sendo elaborado pela Cagece e deve ser finalizado em junho, para em seguida ser apresentado às agências reguladoras. De acordo com o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, o objetivo é reduzir a demanda e a oferta de água na Grande Fortaleza em 20%.
Baixa pressão
"A Cagece ainda está finalizando, envolve cálculos, cálculos hidráulicos, a setorização da rede da cidade. Isso está praticamente concluído. O plano não está finalizado e precisa da aprovação junto às agencias reguladoras. Você diminui as pressões na rede, com essa diminuição da pressão você diminui até os vazamentos e faz com que a água seja entregue de forma mais controlada", detalha o secretário.
Ainda de acordo com Teixeira, é possível que haja falta temporária de água nas casas. "Faremos intervenções complementares, como poços, chafarizes, mas jamais a população vai ficar sem água total. Pode até ficar, momentaneamente, com menos vazão, mas no outro dia a vazão retorna."
Investimento do Governo Federal
Ainda de acordo com o Francisco Teixeira, o Ceará aguarda a liberação de R$ 48 milhões para ações de combate aos efeitos da seca no estado. Teixeira afirma que seria aplicado na construção de adutoras.
"Em último caso, carro-pipa complementa. O Ministério da Integração está se esforçando para, junto à Casa Civil e ao Ministério do Planejamento, ter a liberação desse dinheiro. O novo governo está se adaptando, essa parte de seca estão tentando entender melhor a emergência", explica.
Outra obra do Governo Federal que deve amenizar os efeitos da estiagem é a conclusão da Transposição do São Francisco. Com as obras de abastecimento, serão beneficiadas 64 comunidades rurais localizadas nos municípios de Jati, Penaforte, Brejo Santo, Mauriti e Barro. O termo tem validade de 720 dias a partir da data de assinatura. As águas devem chegar ao Ceará em dezembro deste ano, segundo Teixeira.
Economia abaixo da média
Nesta segunda-feira (20), a Cagece anunciou que o Ceará não atingiu a meta de economizar em pelo menos 10% o consumo de água pelo sexto mês seguido. No mês de maio, o consumo dos municípios caiu somente 4,45%, o que representou uma economia de 547.000 m³, quando comparado com média calculada entre os meses de outubro de 2014 e setembro de 2015.
Do G1 CE
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