quinta-feira, 21 de abril de 2016

Primeira grande chuva de meteoros do ano poderá ser vista no Ceará nesta madrugada

Chuva de meteoros Líridas acontece anualmente entre os dias 16 e 25 de abril. Em 2016, o ápice do fenômeno será na madrugada de quinta para sexta-feira (22) Foto: The Telegraph
Se você gosta de acordar muito cedo ou de dormir muito tarde, as madrugadas de quinta para sexta-feira e de sexta feira para sábado (dias 22 a 23 de abril) serão uma boa oportunidade para ficar de olho no céu. Especialmente, se você mora longe da cidade ou vive em uma região pouco iluminada, terá a oportunidade de assistir a primeira de nove grandes chuvas de meteoros observáveis em 2016, nos céus do Brasil. Aliás, as Líridas (restos de fragmentos do cometa Thatcher C/1861 G1) poderão ser vistas melhor nas regiões mais ao Norte do País, incluindo o Ceará.
O melhor horário para observá-las é a partir das 2h da madrugada e o fenômeno segue até pouco antes do amanhecer. Mas não será tão fácil assim ver a chuva dos meteoros Líridas, que são assim chamados porque quando foram nomeados cientificamente tinham como radiante a constelação de Lira.
Bem, o primeiro problema é justamente porque as líridas agora têm como radiante (ponto de onde os meteoros parecem se originar, do ponto de vista de um observador na Terra) a constelação de Hércules, que fica mais próxima da linha do horizonte, mais precisamente a cerca de 30 graus dela. Uma boa referência é a estrela Vega, uma das mais brilhantes do céu. Isso quer dizer, que os meteoros aparecerão em um ponto relativamente baixo do céu e a visualização pode ser atrapalhada por prédios, árvores ou serras, por exemplo.  Outra dificuldade será porque neste ano, a chuva de meteoros Líridas coincide com a Lua Cheia, que com sua grande luminosidade dificulta a visão dos meteoros.

Fora isso, se você estiver em Fortaleza, assim como este blogueiro que lhe escreve, terá ainda que enfrentar a poluição luminosa da cidade.
Mesmo assim, quem puder ir a um lugar mais afastado e menos iluminado pode ver até 18 meteoros por hora. O professor de Astronomia João Romário Fernandes Filho, recomenda que o observador “procure acomodar-se confortavelmente numa cadeira reclinável ou num colchonete ao chão, virado para a direção correta, e prepare-se para observar este espetáculo celeste, com um binóculos à mão ou simplesmente com os olhos bem atentos”.
Chuva de líridas especialmente intensas foram registradas em 1922, na Grécia; em 1945, no Japão; e em 1982, nos Estados Unidos.
Nessas ocasiões e países, foram observados cerca de 100 meteoros por hora.
Cometa
O cometa Thatcher C/1861 G1, que deixou os tais fragmentos, teve sua aproximação mais recente com a Terra justamente no ano de 1861, daí seu nome. Contudo, a chuva de meteoros Líridas é registrada desde o ano de 687 a.C, por antigos astrônomos chineses.
A próxima vez em que ele passará pelo chamado Sistema Solar interior (onde ficam os oito planetas, incluindo a Terra, e o planeta-anão Plutão) será no ano 2.276.
Os fragmentos, alguns do tamanho de um grão de areia, chocam-se com a nossa atmosfera a cerca de 100 km de altitude e com velocidades que podem chegar a quase 200 mil km/h.
Outras chuvas de meteoro em 2016
Caso você não possa observar o fenômeno nessa madrugada, ainda não precisa ficar frustrado.
Primeiramente, porque a passagem da Terra pela região do espaço onde orbitam os fragmentos do cometa Thatcher segue pelo menos até o dia 25 deste mês. Aliás, todo ano ela ocorre entre os dias 16 e 25 de abril. Em segundo lugar, porque ainda em 2016 ocorrerão outras oito chuvas de meteoro.
O especialista em Astronomia, pela Universidade Cruzeiro do Sul (SP), explica que isso acontece exatamente porque “como a Terra completa uma volta em torno do Sol a cada 365 dias, todos os anos nós atravessamos rastros deixados por uma série de cometas mais ou menos na mesma data”.
Ele acrescenta que apesar das principais chuvas de meteoros serem batizadas com nomes que fazem referência às constelações, os meteoros não têm origem nelas,
já que tais agrupamentos de estrelas ficam, muitas vezes, distantes centenas ou milhares de anos-luz da Terra.
Depois das Líridas, a próxima chuva de meteoros acontece daqui a menos de 15 dias. No dia 4 de maio, é a vez da chuva de meteoros Eta Aquarídeas.
Em 28 de julho, vem a Delta Aquarídeas. No dia 12 de agosto, é hora de observar as Perseídas. Já em 21 de outubro tem as Orionídeas.
Duas chuvas por mês
Os meses de novembro e dezembro são especialmente fartos de chuvas de meteoros, tendo duas cada.
Nos dias 2 e 17 de novembro, você poderá observar as chuvas das Taurídeas do Sul e das Leonídeas, respectivamente.
Por sua vez, nos dias 13 e 22 de dezembro, poderá ver as Geminídeas e as Ursídeas. 

por Adriano Queiroz

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