Marcela Alves, 24, hoje formada em Ciência da Computação, poderia ter desistido. Ela é filha de agricultores e nasceu em Aratuba, Serra de Baturité, no interior do Ceará. A menina pobre venceu as dificuldades financeiras, teve projeto financiado pela NASA, ganhou um concurso da Organização das Nações Unidas (ONU) e recebeu prêmio de menção honrosa em uma competição da Google.
Trajetória
A realidade difícil não a impediu de chegar até à NASA. Para entender um pouco mais, a jovem começou a trilhar pelo caminho das Ciências Exatas ainda na escola. Depois que começou a participar de olimpíadas de matemática, não parou mais. Isso lhe rendeu até uma medalha, em 2005. Outro detalhe que ajudou a moça a desenvolver o foco foram as estrelas: “Desde criança queria entender o céu”.
Depois que ganhou uma bolsa integral do Programa Universidade para Todas (Prouni) para estudar Ciência da Computação na Faculdade Farias Brito, em Fortaleza, Marcela se mudou da cidade natal. Na faculdade participou de dois projetos de iniciação científica: “Fui estagiária de desenvolvimento de software no Microsoft Innovation Center Fortaleza e no Instituto Atlântico”.
Intercâmbio
A sua história começou a ganhar outro rumo depois que se inscreveu no programa federal Ciência sem Fronteiras (CsF). Mesmo sem saber falar inglês, Marcela foi adiante, optando por Portugal. Na época, uma alteração a impediu de embarcar para lá, por isso precisou ser realocada para os Estados Unidos. A moça desembarcou em Tempe com destino à Arizona State University, sem compreender, sequer, uma palavra em inglês.
Jogo de cintura e reconhecimento
Acostumada a vencer as dificuldades, esse foi só mais um obstáculo. Aproveitado a oportunidade, Marcela resolveu conhecer outras pessoas e criou o “Brazilian Club”, um grupo de estudos de brasileiros. Depois disso foi estudar Processamento de Imagens e Cosmologia e Astrofísica, essa foi a chance que ela teve para participar da escola de verão “Wolfram Science”.
Marcela apresentou um projeto e os pesquisadores acharam interessante, por isso foi selecionada para Escola de Verão da Universidade de Bentley, em Massachusetts, o que fez ela se tornar a primeira brasileira a fazer parte do instituto de ciência. Hoje ela faz parte do projeto “Youth and Trade” da Organização das Nações Unidas (ONU) e desenvolve software no Instituto de Projetos e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (IEPRO). Essa é a prova de que a educação também pode transformar vidas, desde que haja empenho e disciplina.
Por GÊNICA ALEXANDRE
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