quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Humorista Paulo Diógenes consegue guarda de criança em decisão inédita

Paulo Diógenes com a filha e o marido
Paulo Diógenes com a filha e o marido
O vereador Paulo Diógenes (PSD), humorista que interpreta a personagem "Raimundinha" e homossexual assumido, conseguiu na Justiça a guarda de uma menina de 7 anos por meio de uma Ação Declaratória de Paternidade Sociafetiva, que concede ao pai não biológico os mesmos direitos e deveres dos genitores da criança. A decisão é inédita no Judiciário cearense devido à guarda ser concedida de forma compartilhada entre o pai biológico e o pai socioafetivo, casal homoafetivo que, agora, atua em igualdade de direitos e obrigações.

O pai biológico da criança é o empresário Tarcísio Rocha, casado com Diógenes há três anos. Nesta ação da Justiça não é afastado o direito dos pais biológicos, mas é garantido ao pai socioafetivo os mesmos direitos e deveres. Segundo Diógenes, a criança vive com eles desde os três anos de idade. 

O casal já lutava na Justiça por esse direito há pelo menos um ano e meio. Na última quinta-feira, 14, a juíza Angela Maria Sobreira Dantas Tavares, da 4ª Vara de Família, concedeu a Ação Declaratória de Paternidade Socioafetiva a Paulo. O momento foi de grande emoção para a família.

"Ela (a criança) é o amor da minha vida. Chorei muito quando a juíza deu o parecer. Só iria me acalmar quando conseguisse isso. Luto pela família", disse ele ao O POVO Online. O intérprete da personagem "Raimundinha" faz questão de ressaltar que quem conseguiu o direito na Justiça não foi o "vereador Paulo Diógenes", mas o "cidadão Paulo Diógenes".
Paulo esclarece que não tem nada contra a mãe da criança. "Não quero tirar o direito da mãe, ela é uma boa mãe. Só quero ter o meu direito também. A minha filha até brinca. Ela diz que agora tem dois pais e duas mães: 'a Raimundinha e a mamãe'", contou o comediante. 

Militante pela causa LGBT, o humorista quer que a decisão sirva de exemplo para outros casos. "Quero mostrar para qualquer pessoa que ela pode conseguir. Nós temos direitos, as pessoas não sabem. Espero que as pessoas atentem que existe lei sim", relatou Paulo.

Lucas Mota
lucasmota@opovo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário