Neymar é um dos três melhores jogadores do mundo e vai concorrer ao prêmio máximo do futebol. A Fifa divulgou nesta segunda-feira (30/11) os três finalistas para o prêmio Bola de Ouro e o brasileiro, pela primeira vez em sua carreira, faz parte deste seleto grupo. Ele concorre contra Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Mas a classificação o torna ainda mais valioso, justamente quando clubes europeus voltam a falar na cobiça pelo jogador do Barcelona.
Vivendo seu melhor momento dentro de campo, o jogador de 23 anos tem desequilibrado jogos e ameaçado uma disputa quase pessoal entre Messi e Ronaldo, que dominam o futebol da Espanha desde 2010. A última vez que outro jogador foi o artilheiro do Campeonato Espanhol ocorreu quando o português nem mesmo estava no Real, em 2009.
Na Bola de Ouro, o domínio da dupla também tem sido total. O argentino ganhou todas as edições do troféu entre 2009 e 2012. Já o português ficou com os troféus de 2008, 2013 e 2014. A última vez que outro jogador venceu foi em 2007, quando Kaká levou a taça de melhor do mundo. O ex-jogador do São Paulo, Milan e hoje nos EUA foi também o último brasileiro a ser considerado como o melhor jogador do planeta.
O jejum brasileiro ocorreu depois de uma avalanche de títulos da Bola de Ouro, com três de Ronaldo, dois de Ronaldinho, um de Rivaldo e um de Romário, além do troféu de Kaká.
A melhor posição de Neymar havia sido um quinto lugar em 2013. Em 2015, porém, os problemas de ligamento de Messi abriram caminho para o brasileiro, que já é o artilheiro do Campeonato Espanhol, com 14 gols em 13 rodadas. Ele ainda teve participação direta em 19 dos 33 gols da equipe no torneio, 57%. Mas foi sua atuação no dia 21 de novembro, contra o Real Madrid, que o colocou como um dos destaques do ano. A votação, porém, foi concluída no dia 20 de novembro.
A meta de Neymar era a de estar entre os três melhores do mundo já em 2014, impulsionado por uma eventual conquista do Brasil na Copa do Mundo. Mas isso não aconteceu e, no Mundial, Neymar decepcionou. Pela seleção, o jogador tem levado o time de Dunga nas costas. Mas, na Copa América, voltou a decepcionar, foi expulso e contribuiu para acabar com a campanha brasileira.
Ainda assim, pelo que fez pelo Barcelona, ele acredita que merece estar entre os três melhores do ano. O que muda, porém, é o tom de suas declarações. “Nunca joguei futebol para ser o melhor do mundo” disse Neymar à TV Globo. “Ser o melhor do mundo é um resultado direto desse trabalho. Se hoje falam sobre isso, é um sinal claro de que o que eu faço é trabalhar”, disse.
Em apenas dois anos de Barcelona, Neymar passou de um status de promessa a um dos pilares da atual campanha do clube. Jogadores adversários que o criticavam por seu estilo também viram um jogador que amadureceu, evitou cortes de cabelo mais ousados e passou a ser mais generoso com os companheiros no momento do gol.
Mas o ano de 2015 também foi de turbulências. Por suspeitas de evasão fiscal, o jogador teve seus bens bloqueados no Brasil. Na Espanha, seu contrato com o Barcelona levou à queda da direção, hoje sendo processada nos tribunais e com risco de acabarem na prisão.
No mercado de transferências, rumores sobre o interesse do Real Madrid, de clubes ingleses e inclusive do PSG tem rondado os vestiários, adicionados às críticas que o pai de Neymar lançou contra sua situação no Barcelona. “Não temos tranquilidade tributária”, disse. A declaração foi interpretada como um alerta ao clube que, se quiser que Neymar continue no time, seus impostos precisam ser arcados pelo Barcelona.
Mas, na Fifa, o maior desafio do brasileiro é o de superar os dois favoritos: Messi e Cristiano Ronaldo. O português somou no ano 55 gols e 17 assistências em 56 jogos. Mas Messi vem para a disputa com mais uma avalanche de títulos: Liga dos Campeões, a Liga Espanhola, a Copa do Rei e a Supercopa da Europa. Em 60 jogos, marcou 57 gols.
SELEÇÃO DA FIFA – Outros brasileiros ainda concorrem para um lugar na seleção da Fifa em 2015: David Luiz, Daniel Alves, Marcelo, Thiago Silva e Douglas Costa, além de Neymar.
BRASILEIRO NA FINAL DO PRÊMIO PUSKAS – Wendell Lira, do Goianésia, ainda está na final do troféu do gol mais bonito do ano, ao lado de Messi e Florenzi, do Roma.
Entre os treinadores, os finalistas são Jorge Sampaoli, que comandou o Chile na conquista da Copa América, Luis Enrique, do Barcelona, e Pep Guardiola, do Bayern de Munique.
As três melhores jogadoras do mundo finalistas da premiação da Fifa são Carli Lloyd (EUA), Miyama (Japão) e Sasic (Alemanha). Pela primeira vez em mais de uma década, a brasileira Marta não faz parte do grupo das finalistas.
Fonte: Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário