O prefeito de Canindé, Paulo Justa, decidiu, em pouco mais de dois meses de mandato, ignorar a crise econômica que afeta as finanças dos municípios e mandou para a Câmara de Vereadores um projeto criando cargos a serem distribuídos entre os aliados políticos. Os gastos por ano, com os novos cargos, somam R$ 180 mil a serem tirados do bolso da população de Canindé. Justa assumiu o mandato com o afastamento, por denúncias de má aplicação do dinheiro público, do prefeito Celso Crisóstomo (PT).
Entre outras medidas adotadas pelo gestor, constam os acordos entre o chefe do Poder Executivo e a maioria dos Vereadores, em troca de secretarias municipais e de apoios na Câmara Municipal, fato contraditório ao discurso de campanha de 2012 quando Paulo Justa dizia em alto e bom tom que jamais aceitaria vereadores ocupando secretarias ou indicando secretários.
Outra ação contraditória é a realização de licitações questionáveis pelo atual chefe do Poder Executivo Municipal, que sempre questionou em emissoras de rádio os gastos desnecessários da gestão do prefeito cassado Celso Crisóstomo. Entre elas estão as de: locação de maquinário para a recuperação de estradas em quase um milhão de reais; aquisição de material de consumo para diversas secretarias; locação de equipamentos para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto; contração de assessoria contábil e administrativa na área de licitação; locação de veículos para as secretarias municipais na vultosa quantia de mais de um milhão de reais.
Sem contar nas demais licitações que estão programadas para acontecer durante o mês de setembro, como a contratação de prestação de serviços de assessoria e consultoria jurídica junto à Secretaria de Saúde, prestação de serviços de assessoria, consultoria jurídica e advocacia em feitos de interesse do Gabinete do Prefeito.
E não para por aí. Algumas obras tiveram paralisação, mas é verdade que duas importantes continuam sendo feitas como a Praça Tomás Barbosa e a urbanização em torno da estátua de São Francisco.
Paulo Justa também foi criticado quando enviou para a Câmara Municipal o projeto para reduzir a taxa de iluminação pública em 20%, pois no primeiro momento o projeto, na verdade, fazia era aumentar e não diminuir os valores já pagos pela população, somente depois de questionamentos feitos pelo vereador Júlio Cesar o projeto foi retirado de pauta e corrigido sendo aprovado posteriormente da maneira correta, ou seja, com redução de 20% dos valores.
Agora surge mais uma ação polêmica e contraditória da gestão que trás como slogan ser “Participativa, Justa e Transparente”. O Prefeito enviou para a Câmara Municipal o projeto de Lei que cria novos cargos e aumenta as despesas do Município. A proposta cria o Sistema de Controle Interno do município.
Segundo o documento Nº 16/2015, de 07 de Agosto 2015, o prefeito cria um cargo de nível superior para controlador geral, três cargos de nível médio para controlador executivo, e três cargos para assistente de controladoria.
Em um dos cargos, o salário é de 6 mil reais, que é o equivalente ao salário de um secretário municipal. Para o cargo de executivo, o salário é de R$ 1.800, e no cargo de assistente o valor é de R$ 1.200.
O projeto deve custar aos cofres públicos, somente com salários, um valor de 15 mil reais mensais, totalizando uma despesa extra de 180 mil reais por ano. No documento, o prefeito cita a lei complementar e a lei de responsabilidade fiscal como argumento para que seja criado o Sistema de Controle Interno do Município.
O projeto já está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Câmara de Vereadores para posteriormente ser votado em plenário. Para quem começou a gestão dizendo que a prioridade era cortar gastos, enxugar a folha e trabalhar em prol da melhoria do município e da população os fatos acima descritos mostram no mínimo uma incoerência para não dizer desrespeito com o povo.
Por Wellington Lima
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