A secretária da Educação, Morlânia Chaves foi conduzida a sede do Ministério Público para ser ouvida(foto: Ellen Freitas) |
Mais pessoas podem estar envolvidas nas fraudes em compras da merenda escolar no município de Russas de acordo com o que foi falado pelo Promotor de Justiça, Luiz Dionísio de Melo Júnior, durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira(02).
Ministério Público do Estado do Ceará deflagrou a operação
“Hora do Lanche”, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão
em Russas, Caucaia e Fortaleza. Foram efetivadas três prisões
temporárias e uma condução coercitiva, envolvendo agentes públicos e
proprietários de empresas fornecedoras de merenda escolar para a rede
municipal de ensino da cidade de Russas. Eles são acusados de vários
crimes, incluindo fraude em licitações, falsificação de documentos
públicos, superfaturamentos de preços e falsidade ideológica. A operação
é resultado de articulação conjunta entre os promotores de Justiça do
Núcleo de Tutela Coletiva (NUTEC) da 4ª Unidade Regional do MPCE, com
sede no Município, em parceria ainda com o Grupo de Atuação Especial de
Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e equipes da Polícia Civil.
As empresas envolvidas nas fraudes, Comercial Alves
(Bruna Alves Castro de Sousa-ME) e N.R. de Lima-ME, pertencem ao mesmo
grupo, que pelo que foi apurado as empresas investigadas, licitaram em 2014 valores em torno de R$ 2 milhões.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da comissão permanente de licitação e secretaria da educação, nas residências dos investigados e nas sedes das referidas
empresas. Durante as diligências, foram presos a secretária municipal de
Educação, Morlânia de Holanda Chaves; a cunhada dela e coordenadora do
setor responsável pela merenda escolar, Cheuria Cristina Costa Monteiro; e
o proprietário da N.R. de Lima, Natanael Rodrigues de Lima.
De acordo com as investigações, de 2014 a 2015, a
Prefeitura realizou licitações para o fornecimento de merenda escolar.
No entanto, os itens eram fornecidos por vendedores locais. A apuração
mostrou que as empresas envolvidas têm movimentação financeira paralela,
mostrando a ocorrência de um conluio para fraudar licitações. Além
disso, os preços da contratação foram superfaturados, denotando o desvio
de verbas públicas.
Segundo o promotor Luiz Dionisio as prisões temporárias, foram pedidas por um prazo de cinco dias, mas podendo ser prorrogadas por mais cinco dias ou até mesmo ser decretada caso necessária a prisão preventiva dos mesmos.
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