quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cresce o número de crianças cearenses alfabetizadas na idade certa

Nesta terça-feira, dia 08 de setembro, quando se comemora o Dia Mundial da Alfabetização, o Ceará apresenta melhoras significativas na Educação. Segundo a Secretaria da Educação, 84,6% das crianças estão alfabetizadas ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. Os dados são do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) 2014 e demostram que os alunos se encontram mais preparados para dar continuidade aos estudos com sucesso. Esse resultado é fruto de um trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação, a partir do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC). A iniciativa conta com a parceria dos municípios e do Ministério da Educação (MEC).

O PAIC iniciou suas atividades, em 2007, com a meta de garantir a alfabetização dos alunos matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública cearense. Cinco anos depois, em 2011, as ações foram expandidas ao 3º, 4º e 5º anos, com o lançamento do Programa Aprendizagem na Idade Certa (PAIC +5). O PAIC juntamente com outras experiências, contribuiu para a estruturação, por parte MEC, do Pacto Nacional Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

As informações do SPAECE 2014 estão relacionadas aos resultados das avaliações da alfabetização ao término do 2º ano, e das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, ao final do 5º ano. Participaram 97.587 alunos do 2º ano e 115.273 do 5º ano do Ensino Fundamental de 4.192 escolas públicas. Os resultados possibilitam a construção de um indicador, denominado IDE-ALFA, que revela as habilidades de leitura dos estudantes do 2º ano. Para o 5º ano é o IDE-5 que expressa o desempenho médio em Língua Portuguesa e Matemática dos alunos avaliados neste ano.  Essas informações fornecem a base para políticas de incentivo e redistribuição de recursos financeiros entre os municípios e as escolas.

Sobre o avanço, em relação ao 2º ano, o percentual de alunos alfabetizados nesta série, em 2007, era de apenas 39,9%. Um acompanhamento entre os anos de 2007 e 2014  demonstra que houve uma redução de percentual de alunos não alfabetizados ao final do 2º ano. Caiu de 32,8% para 0,6%.

Em 2014, também ocorreu a melhoria da aprendizagem dos alunos do 5º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática em relação ao ano de 2008. Em Língua Portuguesa, o percentual de alunos no nível adequado subiu para 35,5%, enquanto, em 2008, o nível era de 6,8%. Em Matemática, era de 3,6% e passou para 27,1%.

Para a diretora da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Josefa Sá, localizada no município de Eusébio, região metropolitana de Fortaleza, o PAIC chegou para melhorar a rotina em sala de aula que ficou mais dinâmica mas com tempo para tudo. “O professor passou a ter um olhar para cada aluno, o que melhorou o planejamento e assim mudou sua prática em sala de aula. O profissional pode identificar quem precisa de mais acompanhamento para melhorar a aprendizagem.” – destaca a gestora.

A partir da implementação do Programa, os municípios passaram a contar com apoio técnico e financeiro para a gestão municipal, avaliação, formação de professores, aquisição de material didático e de apoio pedagógico  O programa está focado em cinco eixos fundamentais: educação infantil, gestão pedagógica da alfabetização, formação do leitor, gestão municipal de educação e avaliação externa.

Incentivo à Leitura

Uma das ações colocadas em prática nas escolas públicas com o objetivo de incentivar o hábito da leitura e da escrita entre as crianças é o “Cantinho da Leitura”, implantado em cada sala de aula. As obras literárias são trabalhadas pelos professores a partir de uma capacitação para que possam escolher a melhor atividade para motivar a leitura, a interpretação e a produção de novas histórias. Na Escola Josefa Sá, dois momentos são destacados o “Tapete Literário” e a “Cortina Literária” que ajudam a criançada a ler, escrever e soltar a imaginação.  A professora Franceli da Rocha, do 2º ano do Ensino Fundamental, diz que além dos livros, também utiliza receitas, convites e outros materiais para ampliar as possibilidades de aprender. “Quando o aluno chega à escola traz experiências que precisam ser valorizadas e o PAIC fez isso. Estou satisfeita porque esse suporte valorizou tudo o que o nosso aluno já sabe, favorece a aprendizagem de novos conhecimentos e é uma ajuda para o professor” – explica Franceli.

Escalas do Spaece

A escala da alfabetização (2º ano) é constituída por cinco padrões, representados pelas seguintes pontuações: até 75 pontos – não alfabetizado; de 75 a 100 – alfabetização incompleta; de 100 a 125 – intermediário, de 125 a 150 – suficiente e acima de 150 – nível desejável.

Já os resultados do 5º ano, são identificados a partir de quatro padrões de desempenho, sendo para Língua Portuguesa: até 125 pontos – muito crítico; de 125 até 175 – crítico; de 175 até 225 – intermediário, e acima de 225 – nível adequado. Para Matemática, os padrões de desempenho dos alunos do 5º ano são expressos através dos seguintes níveis: até 150 pontos – muito crítico; de 150 até 200 – crítico; de 200 até 250 – intermediário, e acima de 250 – nível adequado.

Resultados do 2º e 5º anos do Ensino Fundamental

Em 2007, ano de implantação do PAIC, a média de proficiência alcançada no 2º ano do Ensino Fundamental foi de 119,1 pontos, o que corresponde ao padrão intermediário. Em 2014, alcançou 174,3 pontos, permanecendo na proficiência desejável, conquistada desde 2013.  No início do Programa, apenas 14 municípios estavam no padrão Desejável em alfabetização das crianças ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. Em 2014, esse número subiu para 173.

Quanto aos resultados do 5º ano, em 2008, nenhum município cearense apresentava média no nível adequado em Língua Portuguesa e Matemática. Em 2014, o resultado do 5º ano cresceu de forma considerável, mostrando que 34 municípios cearenses já se encontram com média no nível adequado nas duas disciplinas.

Essa melhoria nos níveis de alfabetização e dos primeiros anos do ensino fundamental alcançada no Ceará deve-se à boa combinação dos esforços de todos os municípios com o apoio estadual e a cooperação do Ministério da Educação.

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