O comitê interinstitucional criado para o gerenciamento da crise da saúde no Ceará vai analisar, a partir da próxima segunda-feira, 29 de junho, os dados sobre as filas por cirurgias eletivas em Fortaleza. O levantamento será concluído pela Central de Regulação das Internações da capital e apresentado ao grupo formado por representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), secretarias municipal e estadual de Saúde e Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec).
"Com esse levantamento, as pessoas que aguardam nas filas deixarão de ser apenas números. Nós vamos poder saber quem são esses pacientes, qual o histórico clínico deles e o tipo de cirurgia que estão demandando", destacou o procurador da República Oscar Costa Filho durante a segunda reunião do comitê, realizada nesta sexta-feira, 26 de junho. A partir da análise dos dados, o grupo vai discutir soluções que serão apresentadas, em julho, durante audiência na Justiça Federal no Ceará, onde tramita ação movida pelo MPF e MPCE pedindo a decretação de emergência no setor.
De acordo com levantamento do Simec, mais de 10 mil pessoas em Fortaleza aguardam em casa por cirurgias de apenas quatro especialidades. A esse problema se somam ainda as filas por leitos nos corredores dos hospitais municipais e estaduais, cujos números, a pedido do MPF e MPCE, também serão levantados pelos gestores da saúde até 2 de julho.
Durante a segunda reunião do comitê, gestores públicos argumentaram que parte das filas existentes nas unidades de saúde da capital se deve ao atendimento ineficiente no interior. "Aproximadamente 30% dos partos realizados em Fortaleza são de pacientes de outros municípios", destacou Socorro Martins, secretária municipal da Saúde da capital. Até mesmo municípios do porte de Maracanaú e Caucaia encaminham pacientes para Fortaleza.
Para a promotora de Justiça Isabel Porto, problemas na atenção básica contribuem para aumentar as filas. "A atenção básica no município de Fortaleza não está funcionando, nem nos outros municípios, e se não tem medicação e atendimento adequado os casos se agravam e o paciente vai bater na porta do HGF (Hospital Geral de Fortaleza)", conclui.
DA REDAÇÃO O ESTADO ONLINE
Fonte: MPF-CE
(NR)
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