sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pelo menos 700 toneladas de peixes são encontradas mortas no açude Castanhão

Criadores de Nova Jaguaribara encontraram cerca de 700 toneladas de peixes mortos na manhã desta sexta-feira, 26, no açude Castanhão. As espécies eram criadas em gaiolas e pertenciam ao assentamento Curupati-Peixe, que possui 41 famílias. O prejuízo é estimado em R$ 4 milhões. 

Técnicos e gestores estão reunidos no Palácio da Abolição, na avenida Barão de Studart, para dialogar sobre a situação. O prefeito de Nova Jaguaribara, Francini Guedes, e o coordenador de Pesca e Psicultura do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Pedro Eymar Campos, participam da conversa.

A população está atribuindo a mortandade dos peixes ao quadro de estiagem prolongada e ao bombeamento de água do açude para o Rio Jaguaribe - que teria sido feita de forma brusca, movendo os recursos hídricos e levando a água mais densa para a superfície. O açude Castanhão, um dos principais reservatórios do Ceará, tem 19,61% do seu volume total.

Caminhões estão retirando os peixes da cidade. Outros três criatorios somaram mais 1,3 mil toneladas perdidas nesta semana. E um outro perdeu 650 t semana passada. Como o volume de animais é alto, eles se desprendem dos veículos e o mau cheiro incomoda os moradores. Uma passeata ocorrerá na próxima segunda-feira na cidade para cobrar solução para a situação. Este mês já foram registradas outras situações de mortandade em outros pontos do reservatório. Imagens circularam na internet.

Em nota enviada ao O POVO, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) - que realiza operação do reservatório em parceria com o Dnocs - informou que "dentro do processo produtivo do peixe ocorre diariamente morte de peixes numa escala reduzida. Pela experiência da Cogerh, na grande maioria das vezes a mortandade de peixes está associada com a baixa concentração de oxigênio dissolvido na coluna de água".

No texto, a companhia ainda pontua que não procede a alegação de que a operação da válvula poderia ter sido a causadora da mortandade. Quatro pontos, segundo a Cogerh, levam ao descarte desta hipótese: Diferentemente da velocidade da água em rios e riachos, que é da ordem de 0,5 cm por segundo, a velocidade da água no interior de reservatórios é infima, próxima de zero, o que significa que a velocidade da água após a alteração da vazão liberada ainda continuará sendo insignificante; O evento de mortandade de peixes aconteceu após ter se passado diversos dias após a operação da válvula; Em outras ocasiões a Cogerh já operou com esta vazão sem causar mortandade de peixes; A Cogerh já tinha registrado mortandade no açude Castanhão nesta mesma época em 2013.
Redação O POVO Online com informações doS repórteres Cláudio Ribeiro e Ana Mary C. Cavalcante

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