Cunha defendeu a legitimidade do governo da petista
Antônio Cruz/Agência Brasil
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Responsável por avaliar se um pedido de impeachment de um presidente da República é arquivado ou encaminhado aos parlamentares, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira (11) que "não há espaço" para discutir a saída de Dilma Rousseff.
"Eu sempre fui muito claro em relação a esse assunto [pedido de impeachment de Dilma] e vou continuar sendo. Não vejo espaço para isso. Não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoiamento", afirmou o peemedebista.
Cunha, um dos principais líderes do PMDB que tem o vice-presidente, Michel Temer, defendeu a legitimidade do governo da petista. Ele afirmou que dificuldades iniciais de um mandato não podem justificar uma saída pelo comando do país.
"Existe diferença muito grande de você ter qualquer tipo de divergência ou forma de atuar com independência. O governo está legitimamente eleito. Não dá para você no início do mandato ter esse tipo de tratamento desse processo", afirmou.
Deputados e senadores da oposição vão participar de protestos de 15 de março pedindo o impeachment de Dilma.
Nos últimos dias, líderes oposicionistas têm defendido que as medidas impopulares adotadas pela petista -como aumento da gasolina e a alterações em direitos trabalhistas e previdenciários-, o escândalo de corrupção na Petrobras e a queda significativa da popularidade da presidente, registrada pela Datafolha no fim de semana, justificam o debate sobre o impeachment.
Trâmite
Para ser aprovado na Câmara, um pedido de impeachment tem que passar por comissão e ainda receber o apoio de 342 dos 513 deputados.
Na sequência, o processo segue para o Senado, onde precisará de apoio de 54 dos 81 senadores. Após chegar ao Senado, o pedido precisa ocorrer em até 180 dias, período pelo qual o presidente fica afastado do cargo.
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