Por trás da Deberton Entretenimento está o premiado cineasta cearense Allan Deberton |
O Brasil está na rota dos grandes espetáculos teatrais musicais desde
o início do século XXI. O crescimento no ramo foi impressionante nos
últimos dez anos, e o país vem sendo apontado como o terceiro maior
produtor de musicais do mundo – atrás de EUA e Inglaterra.
E o nicho promete aumentar ainda mais nos próximos tempos, incluindo
uma abertura geográfica inédita: até agora restrito ao eixo Rio-São
Paulo, o mercado de musicais ganha agora um novo terreno – Fortaleza,
Ceará.
É por lá que estreia a nova montagem brasileira de Avenida Q, um dos grandes hits da Broadway americana, que estreou nos EUA em 2003 e ganhou vários Tony – o Oscar do teatro americano.
Montada no Brasil em duas temporadas, em 2009 e 2010, a peça volta
agora em outra montagem, com produção da Deberton Entretenimento e
direção geral de André Gress.
Por trás da Deberton Entretenimento está o premiado cineasta cearense Allan Deberton – diretor do curta-metragem O Melhor Amigo, estrelado por Jesuíta Barbosa e que já levou vários prêmios em festivais no Brasil e no exterior.
“Assisti o espetáculo em 2009 no Teatro Clara Nunes, no Rio, e me
apaixonei”, conta Allan. “Era um sonho montar no Ceará. Adquirimos os
direitos internacionais em 2012. Estamos trabalhando com uma equipe de
peso, criando e transformando aqui”.
A produção tem como objetivo profissionalizar artistas e técnicos
cearenses para produções de espetáculos de grande porte no estado, além
de valorizar os espaços cênicos locais e inserir o Ceará dentro do
circuito de teatro musical.
Para tanto, a montagem conta ainda com trunfos marcantes: o diretor musical será Miguel Briamonte, que esteve em musicais poderosos como Cats, Chicago e O Fantasma da Ópera; e a montagem segue a consagrada versão brasileira de Claudio Botelho para as letras – a mesma já vista nas outras montagens brasileiras.
E por falar nas letras, é difícil segurar o riso diante de músicas como Que Merda que eu Tô ou A Internet é Pornô, e por aí afora. Sim, a peça é totalmente ousada e despudorada.
Se você não tem paciência para musicais “fofinhos” e açucarados, repletos de bom-mocismo – como A Bela e a Fera, A Noviça Rebelde, O Rei Leão e afins -, veja Avenida Q.
A peça é ácida e deliciosamente politicamente incorreta, detonando
tudo e todos, sem medo de fazer humor com religião, raça, sexualidade,
pornografia e o que mais vier pela frente.
Através da história de Princeton, jovem que vai morar na Avenida Q e
trava conhecimento com diversos personagens bizarros e caricatos, a peça
faz um retrato preciso da sociedade atual.
Detalhe: muitos personagens são bonecos manipulados pelos atores – o
que não torna a peça “fofinha” e “infantil”, é bom reforçar. Aliás, uma
das cenas mais hilárias mostra um casal de bonecos fazendo sexo
explícito.
A peça estreia em julho, e as audições para o elenco acontecem em
março no Rio e em Fortaleza. Atores e atrizes podem se inscrever no site do musical.
Por Virgula
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