Sobral A Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)
declarou que a informação divulgada, ontem, apontando a cidade de Sobral
como a mais quente do Brasil neste ano pode estar errada. Dados
publicados na mídia nacional com base em números do site do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) afirmaram que o município cearense
esteve, durante oito dias, entre os mais afetados pelo calor no País,
atingindo a temperatura recorde de 43,9 graus, no dia 14 deste mês.
No entanto, segundo David Ferran, meteorologista da Funceme, o valor
foi registrado por uma estação automática do Inmet que, possivelmente,
está apresentando falhas. "Existem duas estações em Sobral às quais
temos acesso, uma automática e uma convencional. A automática, que
forneceu essa informação, está registrando temperaturas irreais, acima
de 50, 60 graus, o que indica claramente um erro nos sensores", afirmou.
Conforme Ferran, na estação convencional, a temperatura máxima revelada
no dia 14 é de 36,1 graus. Ele explica que a estação automática faz a
leitura dos parâmetros sem a presença de um observador meteorológico.
"Por conta disso, a princípio, a estação convencional é mais confiável.
Se existe alguma outra estação do Inmet aqui, nós não temos acesso",
alegou.
Além de Sobral, outro município cearense foi citado no ranking das
cidades mais quentes do País, que está disponível no site do Inmet.
Jaguaribe ocupou a 10ª colocação, registrando, em tese, a temperatura
máxima de 39,2 graus, no último dia 17. A lista ainda inclui as cidades
de Três Lagoas (MG), Rio de Janeiro (RJ), Seropédica (RJ), Duque de
Caxias (RJ), Valparaíso (SP), Alegre (ES), Itaperuna (RJ) e Porto
Murtinho (MS).
Apesar do provável equívoco nos parâmetros do Instituto, o calor em
Sobral tem sido alvo de comentário nos últimos dias, provocando
desconforto e até mesmo mudanças na rotina da população.
A auxiliar de serviços gerais Rosângela Paiva afirmou que, desde
dezembro, sua casa recebe o reforço de três ventiladores. "No quarto
onde dormem minhas filhas, era um ventilador para as duas, agora, cada
uma tem o seu, e tem dias que ainda não dá", disse.
Na casa do aposentado Rui Azevedo Rodrigues, a solução foi colocar
ar-condicionado em um dos cômodos. "Elegemos um quarto para receber o
equipamento e nos refugiamos nele durante a tarde, eu, a esposa e algum
neto que esteja por aqui. Mas pesa do bolso", afirma.
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