Com apoio da ala independente do PMDB, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC)
anunciou nesta terça-feira (27) que se lançará candidato à presidência
do Senado. Segundo ele, sua candidatura é "irreversível". A eleição está
marcada para domingo (1º) e a votação é secreta.
O congressista disse que está disposto, inclusive, a disputar votos com o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que costura nos bastidores sua reeleição e deve ser apresentado como candidato oficial do partido.
O PMDB, que tem a maior bancada da Casa --são 19 senadores-- marcou
para sábado (31) a definição de seu candidato. Para evitar desgastes,
Renan só deve colocar sua candidatura na véspera, o que lhe rendeu pelo
Congresso o apelido de "candidato em off". Ele tem o apoio do Palácio do Planalto, do PT e dos partidos aliados do governo.
Internamente, Luiz Henrique tem o apoio dos senadores Ricardo Ferraço
(ES) e Waldemir Moka (MS) que trabalham para consolidar o nome do colega
entre partidos governistas e oposicionistas.
"Estamos trabalhando no PMDB, mas se não conseguirmos viabilizar [a
candidatura] no PMDB, nos apresentaremos como candidato da instituição",
afirmou o senador. "É uma decisão irreversível", completou.
Luiz Henrique afirmou que vai conversar nesta quarta com Renan para
colocar sua campanha e espera oficializar seu nome até sexta-feira. "Vou
falar amanhã [com Renan] e vou pedir o voto dele", afirmou.
Em 2013, o próprio Luiz Henrique tentou costurar sua candidatura contra Renan, mas, pressionado pela cúpula do partido, recuou. Renan acabou vencendo Pedro Taques (PDT-MT).
Luiz Henrique busca apoio
Luiz Henrique colocou em operação nesta terça uma ofensiva atrás de apoio. Ele telefonou para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para tentar costurar uma aliança. Ele recebeu indicações de que a bancada tucana deve fechar apoio a seu nome.
Para se consolidar como líder da oposição no Congresso, Aécio chegou a
articular o nome de Ferraço como candidato, mas as negociações não
avançaram. O tucano aposta em um racha na bancada do PMDB para derrotar a
candidatura à reeleição de Renan.
Em outra frente, Luiz Henrique procurou a bancada do PSB,
que discute na noite desta terça se coloca o nome do senador Antonio
Carlos Valadares (SE) na disputa. Líder do PSB no senado, Lidice da Mata
(BA) não descartou apoiar um candidato do PMDB, para respeitar a
tradição de que a maior bancada fica com o comando da Casa.
A senadora explicou que o movimento por Valadares foi impulsionado pela ausência de Renan no debate para a presidência.
A ala rebelde do PMDB espera angariar apoio ainda do DEM, PDT e PP,
além de senadores governistas independentes. "Não é uma candidatura para
marcar posição. É para ganhar", disse Ferraço.
Renan busca se consolidar como único candidato
Mesmo sem divulgar sua candidatura, Renan tem trabalhado para tentar se
consolidar como candidato único. Após saber das negociações em torno de
Valadares, o próprio Renan ligou para a líder do PSB para fazer uma
sondagem sobre a disputa.
Integrante do grupo de Renan, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) também fez ligações para senadores do PSB numa tentativa de desmontar o movimento.
De acordo com aliados de Renan, o senador tem procurado diversos
senadores para pedir apoio, além de prometer indicações a cargos
relevantes em comissões e órgãos do Senado. As tratativas envolvem, por
exemplo, o controle das principais comissões da Casa: a de Constituição e Justiça e a de Relações Exteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário