Apego. Do dicionário, "sentimento de afeição, de simpatia por alguém ou
alguma coisa". Da vida, palavra que ganha novos significados desde a
infância. Estes tomam forma na roupa favorita, no melhor amigo, naquele
familiar próximo ou até no brinquedo-companheiro-de-todas-as-horas. São
símbolos memorialísticos, identitários. Valorizamo-os porque fazem parte
de nós. Será mesmo? Entre afetos novos e antigos, materiais e
impalpáveis, é sempre tempo de desapegar.
Afinal, é tênue a linha entre apego e acúmulo desnecessário. Em
excesso, pode virar egoísmo, ciúme, fixação. Os prejuízos, então, chegam
às relações com outras pessoas e à própria saúde física e mental. Para
evitá-los, perceber os limites e diferenciar o que merece ser guardado
daquilo que pode ser descartado - ou doado, por que não? - é vital. Não
importa a idade: o exercício do autocontrole começa já nos primeiros
anos de vida.
"O apego é compreensível quando há, de fato, um valor simbólico
relevante. Todo mundo guarda, com zelo e carinho, algumas coisas que
representam fases importantes da vida. Determinados objetos podem ter
valor sentimental mesmo que não tenham mais qualquer utilidade prática. O
limite é o exagero. Pessoas acumuladoras têm bastante dificuldade de
eleger apenas algumas coisas. Tudo parece ser importante e útil", diz a
psicóloga infantil Sarah Castelo Branco.
Durante a infância, fica mais difícil perceber a inadequação desse
comportamento, dada a imaturidade peculiar a esta fase. Isso porque, até
os seis anos, as crianças atravessam fases de egocentrismo, egoísmo,
ciúmes e outras características, portanto é natural que se apeguem
demasiadamente aos brinquedos, roupas e pessoas. É só com o convívio
social e a mediação dos pais e educadores que vão superando, aos poucos,
estas etapas.
Atenção especial
Os pais devem ficar atentos aos sinais de exagero, quando a criança incorpora hábitos que denotam apego exacerbado:
Atenção especial quando seu filho não permite que outras crianças toquem em seus objetos (material escolar, brinquedos, etc.);
Quando a criança não permite que seus brinquedos mais antigos sejam doados;
Ou quando não aceita que suas roupas (que não cabem mais) sejam repassadas para outras crianças;
A criança apresenta ciúme exagerado de algumas pessoas.
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