domingo, 2 de novembro de 2014

Mulheres chefiavam 37,3% dos lares do País em 2010

Quando considerada a cor ou raça do responsável pelos familiares, as mulheres brancas têm uma taxa menor que as pretas e pardas
Quando considerada a cor ou raça do responsável pelos familiares, as mulheres brancas têm uma taxa menor que as pretas e pardas

As mulheres eram as principais responsáveis por 37,3% dos lares do País em 2010. Foi o que informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Estatísticas de gênero–Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010.

A proporção cresce para 39,3% quando considerados os domicílios das áreas urbanas ante 24,8% nos das rurais. O levantamento revela que, quando os cônjuges vivem juntos com os filhos, as mulheres são consideradas responsáveis em 22,7% das residências.
Quando apenas um dos pais mora com os dependentes, as mulheres passam a responder por 87,4% dos lares. O IBGE informou que a identificação do responsável parte do entrevistado: este aponta quem é reconhecido como tal pelos demais integrantes da família. Quando considerada a cor ou raça do responsável pelos familiares, as mulheres brancas têm uma taxa menor que as pretas e pardas.

Enquanto o primeiro grupo responde por 35,6% das moradias em que brancos são chefes de família, ficando abaixo da média nacional, o segundo comanda 38,7% das residências em que pretos e pardos chefiam. A participação das mulheres como responsáveis supera a média nacional quando analisados os domicílios com menor renda.

Quando o ganho per capita é de até meio salário mínimo, R$ 362, a proporção de mulheres chefiando sobe para 40,8% e alcança 46,4% nas áreas urbanas.

Já quando a renda é de mais de dois salários por pessoa da família, R$ 1.448, a taxa cai para 32,7%, cinco pontos percentuais abaixo da média geral, 37,3%.

O IBGE mostra que a participação das mulheres em 2010 era de 40,9% da renda dos lares, enquanto a contribuição dos homens estava em 59,1%. Apesar de liderarem menos famílias nas áreas rurais, as mulheres têm maior contribuição na renda dessas residências, com 42,4%, contra 40,7% das famílias que moram nas áreas urbanas.

As nordestinas são as que mais participam da renda familiar, com 46,8%. Os lares rurais do Nordeste são os únicos em que a participação delas supera a dos homens, com 51%.

Em grande parte das cidades dessa região, além de Tocantins, Minas Gerais e Amazonas, as mulheres respondem por mais da metade da renda familiar. (das agências de notícias)

40,9% era a participação média na renda feminina nos lares no ano de 2010

12,9% das mulheres com mais de 15 anos de idade não sabiam ler nem escrever

Saiba mais

A maior expectativa de vida e até a maior capacidade de reconhecer as próprias dificuldades contribuem para que as mulheres superem os homens na incidência de deficiências físicas e mentais, diz o IBGE.
 
Com base no Censo 2010, a pesquisa contabiliza que, dos 12,8 milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência severa, mental ou intelectual, 7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões homens.
 
A proporção dos deficientes chega a 7,3% da população feminina, enquanto fica em 6,1% na masculina. Para chegar a esse número, o IBGE considerou as pessoas que declararam ter grandes dificuldades ou que não conseguem enxergar, ouvir, caminhar ou subir escadas.
 
Também se soma a esse total as pessoas apontadas na resposta ao questionário com deficiência mental ou intelectual.
 
O percentual de deficientes cresce com o avanço da idade e a maior proporção está entre as pessoas com 65 anos ou mais. Nesse grupo, chega a 29% o percentual de mulheres que declaram ter alguma deficiência severa, enquanto os homens são 24,8%.
 
Entre as idosas, a deficiência motora é a mais comum, com 17,3% de incidência, enquanto entre os idosos, a deficiência visual é a mais frequente, com 12,5%.
 
O IBGE relaciona a maior proporção de mulheres com doenças motoras à maior incidência da osteoporose.
 
O IBGE destaca que os avanços na alfabetização das mulheres inverteram uma desvantagem histórica, que ainda aparece na taxa de analfabetismo de pessoas com mais de 60 anos, em 24,9% entre os homens e 27,4% entre as mulheres.
 
Para as mulheres pretas nessa faixa etária, o analfabetismo ainda chega a 42,2% da população, contra 39,2% dos homens.
 
A Região Nordeste, apesar da queda mais acentuada, ainda é a que mais sofre com o analfabetismo entre as mulheres, com taxa de 16,9%, seguida pela Norte, com 10,3%. Sul, Sudeste e Centro-Oeste registram valores bem inferiores, de 5,4%, 5,7% e 6,9%, respectivamente.

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