Revista Veja São Paulo conversou com a ex-modelo, que contou sua trajetória e o que o levou ao consumo da droga Foto: Revista Veja São Paulo / Reprodução |
Uma ex-modelo mato-grossense, que foi a São Paulo em busca de oportunidades para a carreira, encontrou um outro caminho quando chegou à maior cidade do país: o crack. Loemy, de 24 anos, 1,79 metro de altura e olhos verdes, chama a atenção em meio à sujeira do local conhecido como cracolândia, no centro da capital paulista.
A revista Veja São Paulo conversou com a jovem na semana passada. A reportagem destaca que, quando não está sob o efeito de drogas, é uma pessoa lúcida e articulada, com consciência da sua situação.
— Quando me mudei para São Paulo e descobri que existia um lugar como a cracolândia, fiquei horrorizada com aquelas pessoas na rua. Hoje, eu é que estou nessa situação — disse à revista.Loemy consome cerca de cinco pedras de crack por dia, a um valor de R$ 10 cada. Para conseguir o dinheiro, ela se prostitui. A ex-modelo contou à Veja que se sente humilhada ao pedir esmola e que, uma vez, tentou roubar uma senhora. No entanto, ao empurrá-la para pegar a bolsa, sentiu-se mal ao vê-la cair no chão e prometeu nunca mais fazer isso.
Ela se lembra o dia e horário em que fumou crack pela primeira vez: 15 de setembro de 2012, às 4h da manhã. Loemy disse que estava em um táxi e, em vez de ir direto para casa onde morava com outras duas meninas, desviou o caminho e desceu perto da Praça Júlio Prestes para comprar maconha. Contudo, foi assaltada e o desespero por ter perdido o pouco dinheiro que lhe restava tomou conta:
— Até que colocaram um cachimbo na minha boca. Foi como uma tomada para carregar.
Ela nasceu em um município de aproximadamente 50 mil habitantes, no interior do Mato Grosso. É a filha mais nova de uma empregada doméstica e um garimpeiro. A mãe, Elizabeth, conversou com a revista e contou que foi a São Paulo em junho de 2013 para tentar convencer Loemy a voltar para a cidade onde nasceu, para fazer tratamento, mas não obteve sucesso. Agora, apela para as orações.
— Já tentei interná-la, mas não deu certo. Toda noite fico de joelhos e oro por duas horas, pensando quantas noites ela não dorme com fome. A única solução é conseguir um tratamento em São Paulo — falou à reportagem Elizabeth, que é fiel da igreja evangélica Congregação Cristã no Brasil.
Quase 90% dos jovens voltam a usar crack logo após tratamento
Especialistas sugerem mudanças no combate ao crack
Outras pessoas também tentaram tirar a ex-modelo das ruas. Ofereceram-lhe casa, tratamento, passagem de volta para casa, mas o vício sempre a levava de volta para a cracolândia. No ano passado, ela chegou a passar pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na capital paulista, mas se negou a ser internada e também não quis passar por atendimento psicossocial.
Na infância, foi abusada sexualmente pelo padrasto. Nas ruas, também já foi violentada. A vaidade dos tempos de modelo já não existe mais. Apesar da situação em que vive e do passado que ela lembra alternando dores e alegrias, Loemy ainda deseja sair dessa e voltar a estudar:
— Quero ser engenheira, acho que estou velha demais para ser modelo.
* Zero Hora
A revista Veja São Paulo conversou com a jovem na semana passada. A reportagem destaca que, quando não está sob o efeito de drogas, é uma pessoa lúcida e articulada, com consciência da sua situação.
— Quando me mudei para São Paulo e descobri que existia um lugar como a cracolândia, fiquei horrorizada com aquelas pessoas na rua. Hoje, eu é que estou nessa situação — disse à revista.Loemy consome cerca de cinco pedras de crack por dia, a um valor de R$ 10 cada. Para conseguir o dinheiro, ela se prostitui. A ex-modelo contou à Veja que se sente humilhada ao pedir esmola e que, uma vez, tentou roubar uma senhora. No entanto, ao empurrá-la para pegar a bolsa, sentiu-se mal ao vê-la cair no chão e prometeu nunca mais fazer isso.
Ela se lembra o dia e horário em que fumou crack pela primeira vez: 15 de setembro de 2012, às 4h da manhã. Loemy disse que estava em um táxi e, em vez de ir direto para casa onde morava com outras duas meninas, desviou o caminho e desceu perto da Praça Júlio Prestes para comprar maconha. Contudo, foi assaltada e o desespero por ter perdido o pouco dinheiro que lhe restava tomou conta:
— Até que colocaram um cachimbo na minha boca. Foi como uma tomada para carregar.
Ela nasceu em um município de aproximadamente 50 mil habitantes, no interior do Mato Grosso. É a filha mais nova de uma empregada doméstica e um garimpeiro. A mãe, Elizabeth, conversou com a revista e contou que foi a São Paulo em junho de 2013 para tentar convencer Loemy a voltar para a cidade onde nasceu, para fazer tratamento, mas não obteve sucesso. Agora, apela para as orações.
— Já tentei interná-la, mas não deu certo. Toda noite fico de joelhos e oro por duas horas, pensando quantas noites ela não dorme com fome. A única solução é conseguir um tratamento em São Paulo — falou à reportagem Elizabeth, que é fiel da igreja evangélica Congregação Cristã no Brasil.
Quase 90% dos jovens voltam a usar crack logo após tratamento
Especialistas sugerem mudanças no combate ao crack
Outras pessoas também tentaram tirar a ex-modelo das ruas. Ofereceram-lhe casa, tratamento, passagem de volta para casa, mas o vício sempre a levava de volta para a cracolândia. No ano passado, ela chegou a passar pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na capital paulista, mas se negou a ser internada e também não quis passar por atendimento psicossocial.
Na infância, foi abusada sexualmente pelo padrasto. Nas ruas, também já foi violentada. A vaidade dos tempos de modelo já não existe mais. Apesar da situação em que vive e do passado que ela lembra alternando dores e alegrias, Loemy ainda deseja sair dessa e voltar a estudar:
— Quero ser engenheira, acho que estou velha demais para ser modelo.
* Zero Hora
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