O governador eleito comandou o encontro que contou com a
participação de técnicos, políticos e representantes de vários segmentos
da sociedade. No evento foi distribuído um documento com as premissas
do projeto
FOTO: KLEBER A. GONÇALVES
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Com o objetivo de apresentar a síntese das propostas que irão compor o
plano de Governo, o governador eleito Camilo Santana (PT) realizou, na
manhã de ontem, uma conferência com especialistas da área econômica,
lideranças políticas e representantes de diversos setores da cidade para
destacar a realização dos últimos seminários para elaboração do
documento, nos dias 2, 3 e 4 de dezembro.
Participaram do encontro, além do governador eleito, o governador em
exercício, deputado José Albuquerque, presidente da Assembleia, a
vice-governadora eleita Izolda Cela (PROS), o deputado estadual Mauro
Filho (PROS) e o coordenador da equipe de plano de governo, Eudoro
Santana. O economista Ladislau Dowbor, doutor em Ciências Econômicas
pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, na
Polônia e o ex-presidente do Ipea, o economista Márcio Pochmann,
comandaram a conferência.
Um documento de 275 páginas, que reúne tudo o que vem sendo discutido
pela equipe desde o início da campanha, foi entregue a todos os
participantes para que pudessem fazer anotações e contribuir para a
construção do plano de Governo no debate que acontecerá no início de
dezembro. Somente após esse período, quando as sugestões forem validadas
e sistematizadas, o plano deverá ser finalizado.
A síntese apresenta propostas para sete "Cearás", isto é, sete áreas de
políticas públicas: o Ceará da gestão democrática, o Ceará acolhedor, o
Ceará de oportunidades, o Ceará sustentável, o Ceará do conhecimento, o
Ceará saudável e o Ceará pacífico. "A gente priorizou, durante a
campanha, a aproximação e o diálogo coma sociedade em cima desses sete
eixos, e o houveram várias contribuições. Tudo isso produziu um
documento que hoje está sendo apresentado", destacou Camilo Santana.
Referência
Na avaliação do economista Ladislau Dowbor, um dos conferencistas do
evento, a população não pode participar das decisões do Governo apenas
se mobilizando aos milhões pelas ruas. "Você tem que criar conselhos,
sistemas de participação direta na linha do plano nacional de
participação, de maneira que as decisões, o uso dos recursos, se
aproxime do que a população necessita. Nós não temos mais uma população
onde lá em cima você tinha gente formada que decide, e lá embaixo o
pessoal ignorante", destacou.
Já o economista Márcio Pochmann, que também analisou o documento com a
síntese das propostas de governo, "o Ceará sai na frente oferecendo não
apenas para o povo um novo caminho, mas também uma referência no plano
nacional", conforme afirmou. Na avaliação de Pochmann, há dois tipos de
estados no País, um que escolhe crescer economicamente e outro que vive
com dificuldade de problemas econômicos que não tem um rumo preciso.
"Regiões que eram consideradas mais pobres, se transformaram na
locomotiva do Brasil", apontou.
De acordo com Eudoro Santana, o documento dos sete Cearás terá três
subprodutos: um com detalhes a respeito do primeiro ano de Governo,
outro com o plano plurianual e um terceiro com estratégias a longo prazo
para o Estado. "O terceiro, que vai ser concluído no último ano do
Governo dele (de Camilo), é o plano estratégico para o Ceará de longo
prazo, pensando no Ceará daqui a quarenta anos", explicou o coordenador,
destacando que o último só deverá ser concluído ao final do governo,
Segundo Eudoro, as propostas giram em torno de dois eixos principais:
um diz respeito à participação popular e a outra, à transversalidade de
ações. "A segurança pública, por exemplo, não pode mais ser pensada só
com a repressão, é o contexto urbano. Uma cidade suja, abandonada é
propícia à violência".
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