Agora, apenas cinco aeroportos nos Estados Unidos estarão
habilitados para receber viajantes oriundos dos países mais atingidos
pela epidemia
Foto: Reuters
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Genebra. Dezenas de milhares de pessoas na África
Ocidental devem começar a receber vacinas experimentais do ebola a
partir de janeiro, mas uma imunização da população em geral ainda está
distante, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) ontem.
Testes clínicos iniciais de vacinas das farmacêuticas GlaxoSmithKline e
NewLink Genetics já estão em andamento. Cerca de 500 voluntários devem
participar em países como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Suíça,
Mali, Gabão e Quênia. Os testes irão gerar dados sobre segurança e
resposta imunológica até dezembro.
As vacinas poderão, então, ser enviadas no começo do ano que vem para
alguns grupos, como agentes de saúde que estão na região mais atingida
pela doença, declarou a diretora-geral-assistente da OMS para sistemas
de saúde e inovação, Marie-Paule Kieny.
"Estes dados são absolutamente cruciais para permitir a tomada de
decisões sobre a dosagem que deve ser usada nos testes de eficácia na
África", disse Kieny em uma entrevista coletiva de imprensa.
Determinar a dosagem irá ditar a produção, ou a quantidade total, de
vacinas disponíveis para os grandes testes clínicos na África, informou
ela.
"Ainda existe a possibilidade de que não dê certo, mas todos estão se
organizando para poderem ir para o oeste da África em janeiro",
acrescentou Kieny.
O surto de ebola no oeste africano já matou 4.546 pessoas dentre 9.191
casos conhecidos desde março na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, de
acordo com a OMS, que declarou que as epidemias nos países do Senegal e
Nigéria terminaram.
Os fabricantes de vacinas e autoridades regulatórias estão agindo
rápido e acelerando os testes e aprovação das vacinas, disse Kieny, e os
doadores estão prontos para financiar sua distribuição, que deve custar
centenas de milhões de dólares.
Em Serra Leoa, autoridades impuseram ontem toque de recolher na cidade
de Koidu, no leste do país, depois que uma discussão entre jovens e a
polícia sobre um caso suspeito de ebola se transformou em tiroteio e
tumulto, disseram autoridades.
Restrições
Viajantes que chegam aos Estados Unidos oriundos de países como
Libéria, Serra Leoa e Guiné, os países mais atingidos pelo surto de
ebola, devem entrar por um dos cinco aeroportos que já contam com
sistema de monitoramento por telas em funcionamento, informou o
Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Livre da doença
A enfermeira espanhola infectada com ebola em Madri enquanto tratava de
um padre que morreu vítima do vírus está livre da doença após testar
negativo duas vezes seguidas, disseram os médicos ontem. "Consideramos
que ela está curada do vírus", disse José Ramon Arribas, médico no
hospital Carlos III.
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