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Questão levantada pelo senador do PDT-DF, Cristovam Buarque (ao
centro), foi um dos pontos centrais de debate promovido ontem pela CDH
Foto: Agência Senado
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Brasília. A regulamentação da produção, comércio e uso
da maconha pode ajudar a reduzir a violência associada ao tráfico de
drogas? A questão levantada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi
um dos pontos centrais de debate promovido ontem pela Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).
Relator da sugestão popular para regulamentação do uso medicinal e
recreativo da maconha, Cristovam disse que recebeu muitas críticas por
colocar o assunto em debate, mas argumentou que "é um crime" fechar os
olhos para o problema das drogas. A comissão aguarda a opinião do
senador para decidir se a proposta vai virar projeto de lei.
"O Brasil está perdendo a guerra contra as drogas. Temos que procurar
outro caminho para enfrentar essa guerra. Ou regulamentando, não para
permitir o uso, mas para resolver o problema, ou criando novos
mecanismos que, sem regulamentar, façam com que a gente consiga ganhar",
observou.
O coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar
do Rio de Janeiro, concordou com o senador. Ele disse que, embora já
tenha sido favorável à prisão de usuários e à proibição total das
drogas, os índices de violência demonstram que o atual modelo
proibicionista não deu resultados positivos.
"Esse modelo massacra a juventude", afirmou o coronel, ressaltando que
as populações mais pobres são as principais vítimas da violência que
envolve traficantes e policiais.
Segundo Rossana Brasil, presidente da Comissão de Políticas Públicas
sobre Drogas da OAB-CE, o uso de drogas é uma doença incurável e
progressiva que leva a apenas dois caminhos: cadeia ou cemitério.
Segundo ela, a maconha funciona como uma porta de entrada para o mundo
das drogas.

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