quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Hospital Walter Cantídio faz milésimo transplante

Cerca de 60% dos pacientes vêm de outros estados para realizar o transplante, consagrando o HUWC e o Ceará como referências nacionais no setor
Cerca de 60% dos pacientes vêm de outros estados para realizar o transplante, consagrando o HUWC e o Ceará como referências nacionais no setor
Na última segunda-feira (18), o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) bateu a marca do milésimo transplante de fígado realizado desde o dia 18 de maio de 2002, data em que realizou o primeiro procedimento. O médico cirurgião Huygens Garcia, líder da equipe de transplantes, diz que é uma grande honra chegar a esse número. "Conseguimos alcançar uma marca histórica. E a vida do paciente é algo impagável e muito gratificante para nós".
O procedimento de número 1000 durou cerca de 6 horas. O paciente de 63 anos, do sexo masculino, veio de Belém do Pará e há 4 meses aguardava pelo transplante e pela chance de ter uma nova vida, uma vez que havia sido diagnosticado com uma cirrose de causa desconhecida, associado a um nódulo maligno de estágio inicial e sua única alternativa era o transplante.
Segundo o cirurgião, cerca de 60% dos pacientes vêm de outros Estados para realizar o transplante, consagrando o HUWC e o Ceará como referências nacionais. "Só neste ano, até agora, já fizemos mais de 90 transplantes, e eu e minha equipe ficamos felizes em poder propiciar à população que apresenta uma doença grave no fígado condições de tratamento, uma vez que até pouco tempo não havia esse recurso aqui no Ceará e o paciente precisava se deslocar até São Paulo", disse.
Procedimento
O presidente da Associação Cearense dos Pacientes Hepáticos e Transplantados, Wilter Ibiapina, passou por um procedimento cirúrgico há mais de 11 anos, sendo o décimo paciente a ser transplantado no hospital universitário. Pela experiência, ele decidiu, através da entidade, ajudar outras pessoas. "Hoje conseguimos distribuir a medicação oferecida, pelo Ministério da Saúde, para os pacientes de outros estados que não têm acesso ao remédio", exemplifica.
Gratidão
Relatando que passou sete meses e sete dias na fila de espera -ou "fila da agonia, como ele chama -, afirma que não existe uma só palavra que consiga descrever o sentimento de gratidão. "Agradeço a Deus e aos médicos pela sobrevida. Hoje, posso viver como uma pessoa normal, pude estar aqui para conhecer os meus netos", afirmou.
Chegando a sua 12ª edição, em setembro, o Movimento Doe de Coração, realizado pela Fundação Edson Queiroz, levanta a bandeira em favor da doação de órgãos e da redução da barreira do preconceito. A campanha busca sensibilizar a sociedade através dos meios de comunicação com o objetivo de atingir diversos segmentos da sociedade e é referência no País, tendo sido reconhecida pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) em 2008 com o Prêmio Amigo do Transplante.
A mobilização da campanha é realizada em hospitais, escolas, clínicas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em entidades diversas e configura o investimento da Fundação Edson Queiroz para disseminar essa mensagem de esperança de vida, atingindo milhares de pessoas.
Patrícia Holanda
Especial para Cidade

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