O sono é essencial para a vida e é a base de muitas funções
fisiológicas e psicológicas do organismo, tais como a reparação de
tecidos, o crescimento, a consolidação da memória e a aprendizagem.
Embora nem todos os adultos precisem do mesmo número de horas de sono,
os especialistas acreditam que menos de sete horas de sono por noite,
numa base contínua, pode ter consequências negativas para o corpo e para
o cérebro.
A falta de uma boa qualidade do sono tem impacto nos
condutores fisiológicos do balanço energético, nomeadamente no apetite,
na fome e no gasto energético. Além disso, a privação do sono apresenta
efeitos negativos na capacidade do corpo distribuir a glicose sanguínea e
pode aumentar o risco de diabetes tipo II.
Obesidade
Um
estudo realizado numa grande população demonstrou uma relação
significativa entre a habitual duração do sono curta e o aumento no
índice de massa corporal (IMC). A reduzida duração do sono está
associada a alterações nos hormônios que controlam a fome; por exemplo,
os níveis de leptina (acção na redução do apetite) baixam, enquanto os
níveis de grelina (acção estimulante do apetite) aumentam. Estes efeitos
observam-se quando a duração do sono é inferior a 8 horas, sugerindo
que a privação de sono é um fator de risco para a obesidade. Num estudo
realizado numa população masculina saudável, descobriu-se que uma média
de 4 horas de sono está associada a um desejo significativo de alimentos
calóricos, com um conteúdo mais elevado de hidratos de carbono
(alimentos doces, salgados e ricos em hidratos de carbono complexos).
Estes indivíduos também manifestaram ter mais fome.
É necessário
ter em consideração também que quanto menos horas se dorme, mais tempo
se tem para comer e beber. Existem estudos que mostram que este é um
fator que contribui para os aspectos obesogénicos da redução do número
de horas de sono.
Estresse
O hormônio cortisol, conhecido como o hormônio do stress, é responsável por manter o corpo em estado de alerta. Segundo a pneumologista e especialista em doenças do sono Heloisa Glass, quando ele está em níveis normais, é extremamente importante para o funcionamento do corpo. "Com o cortisol baixo, o corpo fica mais sensível à dor e desenvolve um cansaço acima do normal", explicou a especialista.
O hormônio cortisol, conhecido como o hormônio do stress, é responsável por manter o corpo em estado de alerta. Segundo a pneumologista e especialista em doenças do sono Heloisa Glass, quando ele está em níveis normais, é extremamente importante para o funcionamento do corpo. "Com o cortisol baixo, o corpo fica mais sensível à dor e desenvolve um cansaço acima do normal", explicou a especialista.
Problemas relacionados ao sono
aumentam a produção de cortisol, o que mantém o corpo em constante
estado de alerta, sem espaço para o descanso da noite. Isso faz com que o
corpo não descanse a musculatura.
Há ainda o hormônio conhecido
como melatonina. Quando o dia acaba e o sol se põe, a ausência da luz
naturalmente inibe a produção desse hormônio no corpo, o que é, segundo
Heloisa Glass, um "sinal para dormir". Os atuais hábitos noturnos, em
especial da faixa etária que vai dos 16 aos 38 anos, impedem o que
deveria ser a ação natural do corpo à noite.
Depressão
Dormir
poucas horas por noite também pode aumentar as chances de desenvolver
depressão. A falta de sono pode trazer problemas psicológicos,
principalmente em adolescentes que ainda não conseguem lidar com
questões emocionais. O tempo de sono suficiente para revitalizar uma
pessoa pode variar, porém, o ideal são oito horas de sono por noite.
Diabetes
A
redução dos períodos de sono está associada a uma redução da tolerância
à glicose. A tolerância à glicose é um termo que descreve a forma como o
organismo controla a disponibilidade de glicose sanguínea para os
tecidos e cérebro. Em períodos de jejum, o elevado nível de glicose e
insulina no sangue indica que a distribuição da glicose pelo organismo é
realizada de forma inadequada. Há evidências que demonstram que a baixa
tolerância à glicose é um fator de risco para a diabetes tipo II.
Estudos sugerem que a restrição do sono, a longo prazo (menos de 6,5
horas por noite), pode reduzir a tolerância à glicose em 40%.
Hipertensão
Quem
dorme mal tem cinco vezes mais chance de desenvolver um quadro de
pressão alta do que uma pessoa sem problemas para dormir. O causador é a
mistura de cortisol, adrenalina e noradrenalina, que tem ação
vasoconstritora, o que favorece não só a hipertensão, como as arritmias
cardíacas.
É necessário procurar um médico quando estas
interrupções do sono prejudicam a rotina da família, não deixando que um
ou mais membros tenham uma noite tranquila de descanso, pois dormir é
essencial para a nossa saúde.
Portal Brasil
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