Pesquisadores da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP) conseguiram um
avanço importante ao encontrar uma substância 100% natural que mata o
mosquito em estágio de larva e na fase adulta, além de funcionar como
repelente.A descoberta foi feita pelo pesquisador Vinícius Luiz da Silva, em uma parceria entre os laboratórios dos professores Jonas Contiero (Departamento de Bioquímica e Microbiologia) e Claudio José Von Zuben (Departamento de Zoologia), do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro. O professor Von Zuben estuda há sete anos aspectos da biologia do mosquito para embasar a implantação de estratégias de controle.
A substância foi testada contra o mosquito da dengue no Laboratório de Entomologia, sob responsabilidade do professor Von Zuben, e obteve-se resultado positivo. O ramnolipídio conseguiu eliminar as larvas do Aedes aegypti e também o mosquito adulto. As larvas ficam submersas na água e precisam subir à superfície para respirar. O que mantém as larvas na superfície é a tensão da água. A substância quebra essa tensão impedindo a respiração das larvas, que morrem. Com relação ao mosquito adulto, a aplicação do produto quebra a cutícula do inseto, ou seja, a parede externa de proteção do corpo, levando-o à morte.
O sucesso nesses dois testes levou os pesquisadores a testar a eficácia do ramnolipídio como repelente. Os testes foram feitos com ratos brancos de laboratório, que foram anestesiados. O animal que teve a substância borrifada no corpo conseguiu repelir o mosquito, enquanto aquele que estava sem o produto foi picado pelo mosquito. Ou seja, a substância comprovou eficácia como bio-detergente, inseticida e repelente.
O professor Von Zuben explica que o produto poderá, no futuro, ser produzido em larga escala para ser utilizado no controle do mosquito da dengue. Porém, para isso, é preciso baratear os custos de produção, que ainda são muito altos. No momento, 10 miligramas da substância custam cerca de R$ 1.500,00. “O grande desafio é continuar os estudos e tentar otimizar a produção, tornando-a mais rápida e mais barata para a exploração comercial”, declara o pesquisador.
Enquanto o novo inseticida não chega ao mercado, a única forma eficiente de controle é a eliminação dos criadouros do mosquito. Ainda mais porque o inseto tem se adaptado ao clima e ao meio e conseguido se reproduzir mesmo em condições adversas, como a falta de chuva e oscilação de temperatura.
* Com informações do Portal Brasil
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