O PSB chegou a um consenso e indicará o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque para ser o vice na chapa
FOTO: AGÊNCIA CÂMARA
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Porto Alegre/ Brasília. Filiado ao PSB desde 1986, o
deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, 51, tem trajetória de
afinidade com o agronegócio. Empresas do ramo estiveram entre as
principais doadoras de suas últimas duas campanhas.
Com base eleitoral no noroeste gaúcho, onde a agricultura sustenta a
economia, ele defendeu interesses de cerealistas e empresas de celulose
no Congresso. No início do primeiro mandato de Lula, quando foi
vice-líder do governo, trabalhou pela edição de medida provisória que
liberaria o plantio de soja transgênica. Naquela época, Marina era
ministra do Meio Ambiente e criticava a iniciativa.
Na eleição de 2010, companhias de sementes, beneficiadoras de grãos e
empresas como a Celulose Riograndense e a Klabin compuseram metade da
receita do deputado na campanha. A proliferação de plantações de
eucaliptos é um tema caro a ambientalistas locais.
As últimas campanhas de Albuquerque receberam contribuições de uma
empresa de defensivos agrícolas, de uma indústria de armas e de uma
cervejaria.
O estatuto da Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina e
que não obteve registro no TSE em 2013, veda a arrecadação de doadores
desses três ramos da economia.
O deputado também mantém vínculos com agricultores familiares do
Estado. Ele foi duas vezes secretário de governos petistas no Rio Grande
do Sul. Deixou a gestão de Tarso Genro em 2012 e afastou-se do PT.
Crítica à campanha
A ex-senadora Marina Silva fez ontem uma crítica velada a seus
adversários na corrida presidencial, atacando os que tentam explorar a
morte do ex-governador Eduardo Campos se apropriando de "fragmentos" de
sua herança política.
A declaração foi feita após a missa de sétimo dia do ex-governador
realizada na Catedral de Brasília, que contou com o vice-presidente
Michel Temer (PMDB), ministros do governo Dilma Rousseff (PT), do
Tribunal de Contas da União (TCU), onde trabalha a mãe de Campos, Ana
Arraes, além de políticos do PSB e de outros partidos.
O PSB indicará Marina hoje como candidata à Presidência no lugar de
Campos, de quem era vice, sete dias após o acidente que matou o
ex-governador e seis pessoas em Santos (SP). A viúva dele, Renata
Campos, recusou o convite para se candidatar.
A comoção gerada pela morte deu impulso à candidatura de Marina e foi
explorada pelos três partidos que lideram a corrida eleitoral na estreia
do horário de propaganda eleitoral ontem.
O programa do PSB foi inteiro dedicado a Campos e exibiu a imagem de
Marina a seu lado em eventos de campanha. O candidato do PSDB, Aécio
Neves, fez uma homenagem a Campos, a quem se referiu como "amigo".
No programa de Dilma, o ex-presidente Lula disse que tinha uma relação de "pai e filho" com o ex-governador.
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