O Ceará terminou o ano passado com 358 poços de exploração de petróleo, 15 a menos que em 2012. A redução se deu somente nos campos terrestres |
O Ceará registrou, no ano passado, o segundo maior crescimento na
geração de energia elétrica do País. Ao longo dos 12 meses, houve um
incremento de 5.971 gigawatts/hora (GWh) de energia, o que fez com que o
Estado obtivesse um aumento de 135% em relação ao ano de 2012. O
resultado é bem superior à média nacional, que ficou em 3,2%, com 11
estados tendo apresentado decréscimo.
O percentual cearense de acréscimo na geração elétrica só foi superado
pelo do Maranhão, que apontou uma elevação de 208,7% no período. O Ceará
fechou o ano de 2013 com uma geração de 10.396 GWh, contra 4.425 GWh de
2012, volume que inclui também a geração de autoprodutores.
O crescimento na geração de energia do Estado vem sendo significativo
ao longo dos três últimos anos, posto que, em 2011, esse número era de
2.578 GWh, ou seja, quatro vezes menor que o do ano passado. Os dados
estão presentes no Balanço Energético Nacional 2014, cujo relatório
final foi disponibilizado neste mês pela Empresa de Pesquisa Energética
(EPE).
O documento mostra que, em volume de geração de energia elétrica, o
Ceará ainda fica atrás, no Nordeste, da Bahia (22.416 GWh), de Alagoas
(13.029 GWh), ambos registrando queda no ano passado, e do Maranhão
(11.181 GWh). No Brasil, o estado com maior geração foi o Paraná, com
103.447 GWh. O estado sulista abriga a porção brasileira da maior usina
hidrelétrica do mundo, a de Itaipu.
O aumento da geração em território cearense está também relacionada ao
início da geração a partir das duas novas usinas termelétricas
localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a Pecém I
(cujo primeira turbina começou a operar comercialmente em dezembro de
2012, com atraso) e a Pecém II (que iniciou em meados do ano passado).
Em relação à capacidade instalada de geração elétrica, o Ceará fechou
2013 com 2.607 megawatts (MW), contra 2.313 MW do ano anterior. O
acréscimo veio da fonte térmica (221 MW a mais) e eólica (71 MW). Com os
resultados, o Estado permaneceu como o segundo de maior capacidade
instalada de energia térmica do Nordeste. Com 1.940 MW instalados, ficou
atrás apenas da Bahia, que fechou 2013 com 2.074 MW. Já quanto à
energia eólica, com uma capacidade de 661 MW, o Ceará se mantém na
liderança nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul (469 MW) e Rio Grande
do Norte (423 MW).
A geração de energia elétrica no Ceará já é bem superior ao o consumo
residencial do Estado, que foi de 3.751 GWh no ano passado, terceiro
maior volume do Nordeste, depois da Bahia (6.144 GWh) e Pernambuco
(4.563 GWh).
Petróleo
Quanto à produção de petróleo, o balanço da EPE aponta um crescimento
de 28,2% no Ceará, passando de 378 mil metros cúbicos de óleo em 2012
para 484 mil metros cúbicos em 2013. O incremento foi o segundo maior
registrado no Brasil, atrás apenas do verificado em São Paulo, que
elevou em 131,4% sua produção no período.
A produção de gás natural também cresceu no território cearense no
período, passando de 28 para 33 milhões de metros cúbicos, uma elevação
de 21,5% que, também, só perde para a alcançada por São Paulo, de 39,9%.
Preço do petróleo no Estado avança e impacta royalties
O barril de petróleo produzido no Ceará fechou o ano passado com o
segundo menor preço entre os 11 estados produtores do Brasil. O valor
subiu 6,9%, passando de R$ 193,61 em 2012 para R$ 206,97 em 2013,
percentual pouco acima da metade daquele registrado na média nacional,
que foi de 12,7%, ficando a R$ 221,46. O aumento do preço tem impacto
direto no caixa do Estado e de várias prefeituras cearenses, que, com
isso, têm um incremento nos ganhos através de royalties.
O preço médio de referência do barril de petróleo cearense dobrou de
2009 a 2013. Naquele ano, custava R$ 99,07. No ano passado, só custou
mais que o barril do Paraná, que ficou por R$ 203,95. O estado sulista
não produzia o óleo desde 1999. Os dados são do Anuário Estatístico 2014
da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O aumento do preço do barril gera um incremento no valor dos royalties
que são distribuídos ao Estado e aos municípios. No ano passado, 82
prefeituras foram beneficiadas com esta compensação financeira pela
atividade de exploração petrolífera. "O cálculo dos royalties varia não
apenas com a produção de petróleo e gás natural do período, mas também
com o preço de referência deles", explica a ANP. Como também houve
aumento da produção de petróleo no ano passado, após nove anos seguidos
de queda - desempenho que, contudo, não deverá ser repetido neste ano,
já que o primeiro semestre apontou decréscimo -, a distribuição de
royalties foi incrementada. Em 2013, foram distribuídos R$ 60,6 milhões
com estes benefícios no Ceará, uma alta de 14,3% sobre 2012.
O anuário também informa o valor pago aos proprietários da terra de
participação sobre a produção de petróleo e gás natural. No Ceará, cinco
proprietários regularizados dividiram um valor total de R$ 774.296. No
Estado, a propriedades ficam nos municípios de Aracati e Icapuí, onde se
concentra a produção de petróleo em terra cearense.
O Rio Grande do Norte, principal produtor de petróleo em terra do
Brasil, abriga o maior número de proprietários beneficiados com esse
pagamento: 1.149 pessoas, totalizando um valor de R$ 46,6 milhões em
benefícios. Em segundo lugar, está o Amazonas, onde apenas um
proprietário recebeu R$ 36,0 milhões.
Poços
O Ceará terminou o ano passado com 358 poços de exploração de petróleo,
15 a menos que em 2012. A redução se deu somente nos campos terrestres,
que somaram 317 do total. A exploração em mar se manteve em 41 poços,
que, apesar de menos numerosos, representaram 86,4% da produção
petrolífera local, com 2,6 milhões dos 3,0 milhões de barris produzidos
no ano. (SS)
Sérgio de Sousa
Repórter
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