terça-feira, 26 de agosto de 2014

CE tem 2º maior crescimento em geração de energia do País

O Ceará terminou o ano passado com 358 poços de exploração de petróleo, 15 a menos que em 2012. A redução se deu somente nos campos terrestres
O Ceará terminou o ano passado com 358 poços de exploração de petróleo, 15 a menos que em 2012. A redução se deu somente nos campos terrestres
 
O Ceará registrou, no ano passado, o segundo maior crescimento na geração de energia elétrica do País. Ao longo dos 12 meses, houve um incremento de 5.971 gigawatts/hora (GWh) de energia, o que fez com que o Estado obtivesse um aumento de 135% em relação ao ano de 2012. O resultado é bem superior à média nacional, que ficou em 3,2%, com 11 estados tendo apresentado decréscimo.
O percentual cearense de acréscimo na geração elétrica só foi superado pelo do Maranhão, que apontou uma elevação de 208,7% no período. O Ceará fechou o ano de 2013 com uma geração de 10.396 GWh, contra 4.425 GWh de 2012, volume que inclui também a geração de autoprodutores.
O crescimento na geração de energia do Estado vem sendo significativo ao longo dos três últimos anos, posto que, em 2011, esse número era de 2.578 GWh, ou seja, quatro vezes menor que o do ano passado. Os dados estão presentes no Balanço Energético Nacional 2014, cujo relatório final foi disponibilizado neste mês pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O documento mostra que, em volume de geração de energia elétrica, o Ceará ainda fica atrás, no Nordeste, da Bahia (22.416 GWh), de Alagoas (13.029 GWh), ambos registrando queda no ano passado, e do Maranhão (11.181 GWh). No Brasil, o estado com maior geração foi o Paraná, com 103.447 GWh. O estado sulista abriga a porção brasileira da maior usina hidrelétrica do mundo, a de Itaipu.
O aumento da geração em território cearense está também relacionada ao início da geração a partir das duas novas usinas termelétricas localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a Pecém I (cujo primeira turbina começou a operar comercialmente em dezembro de 2012, com atraso) e a Pecém II (que iniciou em meados do ano passado).
Em relação à capacidade instalada de geração elétrica, o Ceará fechou 2013 com 2.607 megawatts (MW), contra 2.313 MW do ano anterior. O acréscimo veio da fonte térmica (221 MW a mais) e eólica (71 MW). Com os resultados, o Estado permaneceu como o segundo de maior capacidade instalada de energia térmica do Nordeste. Com 1.940 MW instalados, ficou atrás apenas da Bahia, que fechou 2013 com 2.074 MW. Já quanto à energia eólica, com uma capacidade de 661 MW, o Ceará se mantém na liderança nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul (469 MW) e Rio Grande do Norte (423 MW).
A geração de energia elétrica no Ceará já é bem superior ao o consumo residencial do Estado, que foi de 3.751 GWh no ano passado, terceiro maior volume do Nordeste, depois da Bahia (6.144 GWh) e Pernambuco (4.563 GWh).
Petróleo
Quanto à produção de petróleo, o balanço da EPE aponta um crescimento de 28,2% no Ceará, passando de 378 mil metros cúbicos de óleo em 2012 para 484 mil metros cúbicos em 2013. O incremento foi o segundo maior registrado no Brasil, atrás apenas do verificado em São Paulo, que elevou em 131,4% sua produção no período.
A produção de gás natural também cresceu no território cearense no período, passando de 28 para 33 milhões de metros cúbicos, uma elevação de 21,5% que, também, só perde para a alcançada por São Paulo, de 39,9%.
Preço do petróleo no Estado avança e impacta royalties
O barril de petróleo produzido no Ceará fechou o ano passado com o segundo menor preço entre os 11 estados produtores do Brasil. O valor subiu 6,9%, passando de R$ 193,61 em 2012 para R$ 206,97 em 2013, percentual pouco acima da metade daquele registrado na média nacional, que foi de 12,7%, ficando a R$ 221,46. O aumento do preço tem impacto direto no caixa do Estado e de várias prefeituras cearenses, que, com isso, têm um incremento nos ganhos através de royalties.
O preço médio de referência do barril de petróleo cearense dobrou de 2009 a 2013. Naquele ano, custava R$ 99,07. No ano passado, só custou mais que o barril do Paraná, que ficou por R$ 203,95. O estado sulista não produzia o óleo desde 1999. Os dados são do Anuário Estatístico 2014 da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O aumento do preço do barril gera um incremento no valor dos royalties que são distribuídos ao Estado e aos municípios. No ano passado, 82 prefeituras foram beneficiadas com esta compensação financeira pela atividade de exploração petrolífera. "O cálculo dos royalties varia não apenas com a produção de petróleo e gás natural do período, mas também com o preço de referência deles", explica a ANP. Como também houve aumento da produção de petróleo no ano passado, após nove anos seguidos de queda - desempenho que, contudo, não deverá ser repetido neste ano, já que o primeiro semestre apontou decréscimo -, a distribuição de royalties foi incrementada. Em 2013, foram distribuídos R$ 60,6 milhões com estes benefícios no Ceará, uma alta de 14,3% sobre 2012.
O anuário também informa o valor pago aos proprietários da terra de participação sobre a produção de petróleo e gás natural. No Ceará, cinco proprietários regularizados dividiram um valor total de R$ 774.296. No Estado, a propriedades ficam nos municípios de Aracati e Icapuí, onde se concentra a produção de petróleo em terra cearense.
O Rio Grande do Norte, principal produtor de petróleo em terra do Brasil, abriga o maior número de proprietários beneficiados com esse pagamento: 1.149 pessoas, totalizando um valor de R$ 46,6 milhões em benefícios. Em segundo lugar, está o Amazonas, onde apenas um proprietário recebeu R$ 36,0 milhões.
Poços
O Ceará terminou o ano passado com 358 poços de exploração de petróleo, 15 a menos que em 2012. A redução se deu somente nos campos terrestres, que somaram 317 do total. A exploração em mar se manteve em 41 poços, que, apesar de menos numerosos, representaram 86,4% da produção petrolífera local, com 2,6 milhões dos 3,0 milhões de barris produzidos no ano. (SS)
Sérgio de Sousa
Repórter

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