A manga tommy atkins foi o segundo produto com maior reajuste
(44,4%). O quilo da fruta era vendido por R$ 1,80 e agora custa R$ 2,60
Foto: JULIANA VASQUEZ
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Grande parte das mercadorias comercializadas na Central de
Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, ficou mais cara neste mês
em relação a julho. Dos 85 itens pesquisados pela unidade na semana
passada, 26 ou 30,5% registraram alta nos preços. Limão, manga, mamão,
pepino, batata doce, cebola, vagem, carnes bovina e suína estão entre os
produtos com maior reajuste. A situação força o consumidor final a
comprar em menores quantidades.
O preço da vagem foi o que apresentou a maior variação (53,8%). Em
julho, a caixa com 10 kg do produto custava R$ 13, preço que saltou para
R$ 20 neste mês. Em seguida, vem a manga tommy atkins, com reajuste de
44,4%. O quilo da fruta era vendido por R$ 1,80 e agora custa R$ 2,60.
Depois, aparece o pepino pera, cujo preço da caixa com 25 kg saiu de R$
15 para R$ 20, uma alta de 33,3%. O valor do limão galego grande (caixa
com 25 kg) subiu 33,3%, passando de R$ 45 para R$ 60.
Conforme explica o chefe da Unidade de Informação de Mercado Agrícola
da Ceasa, Odálio Girão, a falta de chuva nas principais áreas produtoras
do Ceará e da região Nordeste ainda é o principal motivo pela alta nos
preços de diversos produtos.
Impactos da estiagem
A região da Serra da Ibiapaba - onde a produção de vagem e pepino
costuma ser representativa - vem sentindo os impactos da estiagem. O
mesmo problema acontece no Vale do Jaguaribe, mais precisamente nos
municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, de onde é trazida boa parte
dos limões vendidos na Ceasa. "Ainda por conta da falta de chuva no
Ceará, estamos dependendo de outros estados do Nordeste ou até de outras
regiões do País para atender à demanda. Estamos comprando o limão, por
exemplo, de Pernambuco, Bahia e até São Paulo".
Com relação à manga, cujos principais produtores estão no Vale do São
Francisco, como Pernambuco, ele informa que a fruta ficou mais cara na
Ceasa porque a colheita está sendo menor.
Redução
Dos 85 produtos pesquisados pela Ceasa, 22 (25,8%) ficaram mais baratos
neste mês em relação a julho. Ameixa fresca, banana pacovan, caju,
melão japonês, abobrinha italiana, cebolinha e coentro estão entre os
itens que mais sofreram redução nos preços. O valor do caju (caixa com
150/200 unidades) foi o que mais caiu, saindo de R$ 35 para R$ 25,
redução de 28,5%. A ameixa (caixa com 10 kg) ficou 19% mais barata,
passando de R$ 105 para R$ 85. Já a cebolinha e o coentro tiveram queda
de 25%. O preço do molho das duas hortaliças foi de R$ 0,20 para R$
0,15.
Banana prata
A banana prata está entre as 37 mercadorias (43,5%) que ficaram com os
preços estáveis na comparação com o último mês. O cento da fruta está
sendo comercializado por R$ 18. O valor, porém, é considerado elevado
para a época. "Estamos em época de safra do Maciço de Baturité, mas as
chuvas não foram tão boas na região. Neste período, o cento da banana
costuma valer R$ 12, ou seja, o produto está 50% mais caro", destaca
Odálio Girão. "No geral, o consumidor final já deu uma freada nas
compras, passou a pesquisar mais e a comprar em menor quantidade",
complementa.
Segundo o balanço, os preços do abacaxi médio, coco verde, laranja pera, melancia, além de outros, não foram alterados.
Raone Saraiva
Repórter
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