terça-feira, 29 de julho de 2014

Três cidades do Ceará não registraram homicídios em quatro anos

Potiretama tem pouco mais de 6 mil habitantes e não registrou homicídio em quatro anos (FOTO: Divulgação)
Potiretama tem pouco mais de 6 mil habitantes e não registrou homicídio em quatro anos (FOTO: Divulgação)
Por Roberta Tavares
Somente 3,2% dos cearenses podem dizer que vivem em um município onde assassinatos não são uma preocupação. São 28.109 pessoas estabelecidas em cidades que não registraram nenhuma morte do tipo entre 2008 e 2012, de acordo com o Mapa da Violência 2014.
Os municípios ‘onde reina a paz’ são: Alcântaras, Palhano e Potiretama. Alcântaras, a 285 quilômetros de Fortaleza, possui uma população de 10.956 habitantes.
De acordo com o comandante do destacamento da Polícia Militar do município, sargento Francisco Lindonjohnson Vasconcelos, o efetivo é de apenas nove policiais, em revezamento. “Realizamos muitas abordagens, principalmente de veículos com placas que não são da cidade. Mas aqui muito tranquilo. É uma cidade com muitas famílias, o povo é bem pacato e ainda acredita no trabalho policial”, conta.
O comandante, que atua há dois anos na cidade, nunca presenciou um homicídio no local. “Há mais de 10 anos não acontece um assassinato. De vez em quando têm uns roubos, mas é mais na área rural. No Festival de Quadrilha, por exemplo, as pessoas não dão um empurrão sequer”, brinca. Segundo o sargento, de janeiro a julho deste ano foi apreendida apenas uma arma de fogo no município.
Os moradores também comemoram a segurança na cidade, como é o caso do comerciante Betinho, dono de uma loja de material de construção – situada no Centro de Alcântaras. “A cidade é pacata demais. Essa violência toda ainda não chegou aqui. A droga, infelizmente, está começando a aparecer, mas as pessoas usam mais por vício, não é pra fazer o que não presta não”, diz.

‘Todo mundo se conhece’
O mesmo acontece em Potiretama, a 280 km de Fortaleza, cuja população é estimada em 6.181 pessoas. O efetivo policial é de seis homens; em breve, de acordo com o destacamento, chegarão mais três para preencher o quadro. Segundo um policial da Delegacia, que não quis se identificar, de 2008 a 2014, foi registrado um homicídio, em fevereiro de 2013. O crime é tão incomum na cidade, que é possível relatar todos os detalhes. “O último que aconteceu foi em fevereiro. Um rapaz que vinha em uma motocicleta matou um que vinha no caminhão, perto da divisa, há uns 8 quilômetros”, relembra.
O segredo é a prevenção. O trabalho baseia-se em abordagens. Se aparece alguém de fora, a polícia fica em alerta. “Todo mundo conhece todo mundo. Você entra numa rua, sai pela outra e já conheceu a cidade toda. Então se vem alguém de fora, as pessoas ligam pra gente”.
Palhano
Já em Palhano, a 150 quilômetros da capital, há 8.972 habitantes. De acordo a prefeitura do município, 10 policiais militares fazem a ronda 24 horas por dia. Outros 12 homens do Programa de Proteção à Cidadania e três da Guarda Municipal completam o quadro. “A Organização Mundial requer um agente de segurança para cada 450 pessoas, aqui temos um agente para cada 370”, explica o prefeito Nilson Freitas.
Apesar da tranquilidade em Palhano, a cidade não está imune à violência pelo fato de ser próxima a municípios maiores, como Russas, Jaguaruana e Aracati. De novembro de 2012 a dezembro de 2013, ocorreram três ataques a banco no local. No fim do ano passado, houve registro de um homicídio, praticado por homens de Fortaleza. “Nesse ano não teve nenhum. Se não fosse esse infortúnio, já completaríamos uns 15 anos sem assassinato em Palhano”, conclui.
 

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