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Técnico não teve boa relação com a imprensa em sua
primeira passagem Foto: Reuters
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O torcedor que esperava um nome novo no comando do Brasil, para
celebrar os 100 anos da Seleção Brasileira, se decepcionou. De acordo
com site"Globoesporte.Com", Dunga é o novo técnico da seleção
pentacampeã.
O retorno do treinador, que comandou o time canarinho na Copa do Mundo
de 2010, na África do Sul, será oficializado pela Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) amanhã, às 11h (de Brasília), em coletiva de
imprensa, na nova sede da entidade, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do
Rio de Janeiro.
O nome de Dunga chega como uma surpresa. O mais cotado para o cargo,
segundo parte da imprensa nacional, era Tite. Ele ganhou diversos
títulos com o Corinthians entre 2011 e 2013. Porém, passou o último
semestre sem trabalhar, apesar de ter recebido vários convites.
Nos bastidores, também cogitava-se que Alexandre Gallo, coordenador das
categorias de base da CBF, deveria assumir o cargo de Felipão, mas de
forma interina. Por último, havia o nome de Muricy Ramalho.
O nome de Dunga teve o aval do presidente da CBF, José Maria Marin, e
do futuro comandante da entidade, o atual mandatário da Federação
Paulista, Marco Polo Del Nero.
O técnico estava muito próximo de assinar com seleção da Venezuela.
Durante 15 dias, o capitão do Tetra estava planejando um projeto a longo
prazo com a Venezuela com objetivo de coloca-la pela primeira vez em
uma Copa. No entanto, nos últimos dias, abandonou o projeto para
retornar à Seleção.
Passagem vitoriosa
A primeira passagem de Dunga no comando técnico do Brasil teve êxitos e
tropeços. Ele foi contratado em 2006 pelo então presidente Ricardo
Teixeira com a missão de comandar a renovação do futebol brasileiro. O
primeiro título conquistado foi a Copa América de 2007. Dois anos mais
tarde, venceu a Copa das Confederações de 2009. Além da conquista desses
dois títulos, o time de Dunga encerrou as eliminatórias para a Copa na
primeira colocação. Durante o Mundial de 2010, a equipe foi eliminada ao
perder de virada para a Holanda por 2 a 1, o que resultou na demissão
do técnico.
Em sua primeira passagem pela Seleção como treinador, Dunga disputou 60
partidas. Foram 42 vitórias, 12 empates e apenas seis derrotas. Dunga
vai substituir Luiz Felipe Scolari, que não teve o contrato renovado
após as duas goleadas sofridas pela Seleção na Copa disputada no Brasil -
7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, e 3 a 0 para a Holanda, na
decisão do 3º lugar.
Após deixar a Seleção, Dunga trabalhou apenas no Inter. No comando do
time "Colorado", ele conquistou o Campeonato Gaúcho de 2013, tendo
disputado 53 partidas, com 26 vitórias, 18 empates e 9 derrotas.
Centenário com festa discreta
O único evento oficial pelo centenário da Seleção Brasileira foi
realizado ontem, no Rio de Janeiro, sem a presença da CBF. A programação
foi uma iniciativa do Exeter City, da Inglaterra, clube que foi o
primeiro adversário do Brasil, em 1914, e enfrentou o time sub-23 do
Fluminense em um amistoso nas Laranjeiras.
O jogo terminou empatado sem gols e teve a presença de 150 torcedores
ingleses, que vieram ao País para prestigiar a turnê comemorativa pelos
cem anos do jogo com o Brasil.
Antes do amistoso de ontem, a bola usada em 1914 foi exposta nas
Laranjeiras, mesmo estádio da estreia da Seleção. Ao fim do jogo, o
zagueiro e capitão do Exeter, Bennett, recebeu a Taça Marcos Carneiro de
Mendonça, que leva o nome do ex-goleiro do Fluminense que atuou no jogo
da estreia da seleção.
O Exeter chegou a procurar a CBF para tentar organizar um novo amistoso
para reviver o encontro de 1914, mas a ideia não foi adiante pela
coincidência de datas com a Copa de 2014. A entidade brasileira, porém,
não deve fazer nenhum evento para celebrar o aniversário.
Na estreia, o Brasil ganhou do Exeter por 2 a 0, com gols de Oswaldo Gomes e Osman.
Em 1914, criadores do futebol se rendiam ao Brasil
Em meio o anúncio da volta de Dunga à Seleção, a primeira partida
oficial da Seleção Brasileira completa, nesta segunda, 100 anos. A
partida foi uma festa, conforme o pesquisador Airton Fontenele.
"Na época, ninguém acreditava que nós, brasileiros, fôssemos capazes de
derrotar os criadores do futebol. O Exeter City era um bom time e
estava em excursão no sul da América, onde conseguiu bons resultados",
explica Fontenele.
Ele lembra que o Brasil tinha, naquela partida, um grande jogador em
campo. Tratava-se de Arthur Friedenreich. "Filho de um comerciante
alemão e de uma lavadeira negra brasileira, Arthur Friedenreich era um
excelente jogador. Até os nossos dias atuais é considerado um dos
maiores atacantes da Seleção".
Friendenreich, um autentico camisa 9 dos bons, fez pela Seleção 23 jogos e marcou 10 gols.
Respeito fora de campo
Outra peculiaridade daquele jogo, segundo Airton Fontenele, é que
muitos torcedores brasileiros ficaram de plantão em frente ao hotel em
que estavam hospedados os atletas do time inglês. "Era o respeito que
nós tínhamos por eles. Mas só fora de campo, pois dentro vencemos o
então futebol-arte dos ingleses", diz o pesquisador, que afirma que todo
mundo estava entusiasmado com a partida que levou para o Estádio das
Laranjeiras cerca de 10 mil pessoas, um bom número para aquele momento.
"O público foi ótimo para a época, mesmo sendo um amistoso. Na verdade,
todos queriam ver os ingleses, mas quem roubou a cena foi Osman e
Oswaldo Gomes que marcaram os dois gols do Brasil em cima do Exeter
City", conta.
Apesar de ser um amistoso, de acordo Airton Fontenele, a partida foi
muito disputada. O atacante Friedenreich perdeu dois dentes no jogo.
"Foi duro, mas prevaleceu o nosso bom futebol", finalizou.
Gioras Xerez
Especial para Jogada
Especial para Jogada
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