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Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, a maioria dos municípios vive crise aguda
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
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Aparentemente a situação dos municípios brasileiros em termos de gestão
fiscal não é das melhores - cerca de 58% deles estão impedidos de
celebrar convênios com o governo federal e receber transferências
voluntárias da União. No Ceará são 82 prefeituras - exatamente metade do
total - que apresentam pendências no Cadastro Único de Convênios
(Cauc), segundo levantamento feito em 30 de junho pela Confederação
Nacional de Municípios (CNM).
De acordo com o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o Cauc é "um bom
termômetro" para mostrar como estão os municípios do País - mais de 3,2
mil impedidos. "A maioria deles está vivendo uma crise aguda e não vejo,
inclusive, possibilidade de retorno", analisa o presidente. Mas ele
pondera: "A situação de outros estados, mais estruturados
economicamente, chega a ser bem pior que a do Ceará".
Pesa para população
Ainda assim, não se pode ignorar que dos 194 municípios cearenses, 82
estão deixando de receber investimentos nas mais diversas áreas, por
problemas no Cadastro, prejudicando assim os próprios cidadãos que são
punidos por não terem acesso a esses recursos.
Maiores índices
Os dados da tabela feita pela CNM mostram os números consolidados por
cada Estado da federação, confirmando situações ainda mais dramáticas
principalmente no Amapá, em Roraima e no Pará, em que mais de 85% dos
municípios estão na lista dos impedidos de receber da União.
Nos Estados do Sudeste, conforme mostra a Confederação, o problema é
generalizado, são mais de 60% das prefeituras do Rio de Janeiro e Minas
Gerias, e em São Paulo tem 52,2% dos municípios com apontamentos. Já, o
Sul do País tem a média mais baixa, apesar de o Paraná ter 54% dos
municípios com apontamentos, o Rio Grande do Sul tem apenas 37,2% e
Santa Catarina 29,8%.
Condutas que contradizem
Em maio deste ano, foram sinalizados 4.320 municípios, neste mês a
quantidade reduziu para 3.229. Apesar da diminuição de 33%, a CNM
destaca que o número ainda é bastante expressivo e o presidente é claro
ao afirmar que "o Congresso continua legislando, criando mecanismos de
punição, como se fosse essa a solução, mas elas não estão sendo
cumpridas, gerando ficha suja em municípios de todo Brasil e os deixando
na lona".
Ziulkoski comenta também que, apesar de funcionar como um termômetro,
não estão dando a devida atenção ao Cadastro. E cita condutas adotadas
pelo próprio governo, que "esvaziam o Cauc", como transferências
obrigatórias estabelecidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). "Se é obrigatória, não passa pelo filtro, ou seja, o município
pode estar inadimplente", observa.

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