O técnico Luiz Felipe Scolari aproveitou a entrevista após a vitória por 4 a 1 sobre Camarões na tarde desta segunda-feira para criticar a detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo,
Rede Globo. O treinador reclamou do quadro Jogo Falado, do programa
Fantástico, no qual as falas do técnico são identificadas por leitura
labial e expostas ao público.
Felipão reclamou da Globo enquanto falava sobre o
posicionamento de Oscar, que no primeiro tempo jogou próximo demais aos
atacantes, o que fez com que deixasse vazio o meio-campo. A consequência
disso foram os chutes longos da defesa para o ataque, já que o meia
deveria fazer essa ligação. O técnico tentou alterar isso antes do
intervalo, mas encontrou dificuldades para passar instrução.
“No jogo, ninguém escuta ninguém. O problema é que agora
tem uma TV querendo ouvir e eu acho isso uma grande palhaçada. Não
temos nem liberdade para trabalhar em campo”, afirmou Felipão. Na
estreia, na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, o treinador foi flagrado,
entre outras coisas, cobrando mais vontade do jogador, enquanto dizia
“está muito morno, muito morno”.
O quadro é usado pela emissora desde a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha,
quando expunha as frases do técnico Carlos Alberto Parreira, hoje
assistente-técnico de Felipão, e do então assistente Mario Jorge Lobo
Zagallo. A leitura labial já era uma preocupação de Scolari, que nos
treinos na Granja Comary chegou a dar instruções cobrindo a boca – os
jogadores também têm usado essa tática.
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Curiosamente,
o Fantástico não fez a leitura labial do segundo jogo da Seleção
Brasileira, o empate contra o México por 0 a 0, no Castelão, em
Fortaleza. No programa de domingo, escolheu a vitória do Chile por 2 a 0 sobre a Espanha,
depois de flagrar o volante Marcelo Díaz gritando “Fuera. Adiós,
España” (“Fora. Adeus, Espanha”) na comemoração de um dos gols. O
resultado eliminou os atuais campeões mundiais.
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