terça-feira, 6 de maio de 2014

Ceará tem o maior número de doadores efetivos no Brasil

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No ano passado, foram realizados 30 transplantes de coração. Nos últimos sete anos, com exceção de 2012,o Ceará registra recordes sucessivos
FOTO: ALEX COSTA
O Ceará teve o maior número relativo de doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplantes no primeiro trimestre de 2014 no Brasil. O Estado atingiu a marca de 29,3 doadores efetivos por milhão da população (ppm), ultrapassando os números de Santa Catarina e do Distrito Federal, líderes nos últimos dois anos. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
Até março de 2014, o Ceará notificou 162 potenciais doadores, o terceiro maior número do País, atrás apenas de São Paulo (572) e Rio de Janeiro (225). O Estado conseguiu a efetivação de 62 doadores, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes.
Dados da Sesa também indicam que o Ceará, no primeiro quadrimestre deste ano, entre janeiro e abril, contabilizou 396 procedimentos. O primeiro transplante de medula óssea alogênico (de uma pessoa para outra) é destaque absoluto. Em igual período de 2013, foram 393 cirurgias. A diferença é de menos de 1%, mas indica que o Estado fortalece a excelência quando o assunto é transplantes de órgãos e tecidos no Brasil.
Somente os transplantes de rim de doador falecido somam 91 nesses primeiros meses do ano, contra 88 de igual período de 2013. Os de fígado já são 65 contra 58 e os de córnea, 206 contra 198.
De acordo com os números finais da Central de Transplantes, em todo o ano passado foram realizados 250 transplantes de rim de doador falecido, 15 de doador vivo; 10 de rim/pâncreas; 30 de coração; 194 de fígado; oito de pulmão; 55 de medula óssea; nove de valva cardíaca; 762 de córnea; 27 de esclera (parte branca do olho) e um de osso. Em 2013, o Estado registrou também novos recordes de transplantes de fígado, pulmão e medula óssea.
Recordes
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Eliana Barbosa, desde 2007, o Ceará vem registrando recordes sucessivos de transplantes realizados ano a ano, à exceção de 2012. Foram 654 transplantes em 2007; 742 em 2008; 760 em 2009; 872 em 2010; 1.295 em 2011; 1.269 em 2012 e 1.361 em 2013.
Diante do crescimento do número de procedimentos, o Ceará recebe pacientes com indicação de transplantes de fora do Estado. Com isso, a fila de ativos na lista de espera soma 1.092, sendo desse total, 341 para rim, 123 para fígado e 499 de córnea.
Na avaliação da Central, o crescimento dos números de transplantes no Ceará vem agregado de inovações. Entre elas, destaque para descentralização na captação de órgãos.
O Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, e o Hospital Regional Norte, construídos pelo governo do Estado, fazem captação de órgãos. O serviço aéreo para transporte de órgãos do Interior para a Capital e até de outros Estados em qualquer dia e hora da semana também contribui para o aumento e qualidade dos transplantes.
Ainda nas inovações, o Ceará passou a realizar transplantes de pulmão em 2011. Não foi apenas o primeiro transplante de pulmão do Estado. Foi o primeiro das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Antes de 2011, o Estado já havia comemorado outras duas inovações: em 2008 a realização de transplante de medula autólogo pelo Hemoce, unidade da rede estadual, em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do governo federal, e em 2009 o primeiro transplante de pâncreas realizado no Hospital Geral de Fortaleza (HGF).
Iniciativa
Os números ascendentes decorrem também da ação efetiva da Campanha Doe de Coração, da Fundação Edson Queiroz, com apoio do Sistema Verdes Mares e parceria da Universidade de Fortaleza (Unifor), que completa 12 anos em 2014, comemorando a contribuição decisiva para a colocação do Ceará entre os estados de maior destaque em doação de órgãos e tecidos do País.
Realizada todo mês de setembro, a campanha sensibiliza a sociedade sobre a temática através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. Há ainda a mobilização realizada em hospitais públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Unifor e em outras grandes entidades.

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