Laurinha está na UTI desde que nasceu
Reprodução
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O barulho de um choro do bebê é algo comum em um hospital, mas na noite
de quinta-feira (1), escutar um bebê chorando renovou as esperanças da
família que espera há quase três meses pela recuperação da menina Laura.
A bebê ainda não está completamente acordada, como espera a campanha
lançada pelos seus familiares "Acorda, Laurinha", mas seu estado de saúde é estável.
Laurinha está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do
Hospital e Maternidade Gastroclínica desde fevereiro, quando sua mãe
Paula Praciano morreu enquanto tinha a bebê. Paula sofreu um choque anafilático
depois de tomar uma injeção para prevenir infecção hospitalar e que a
fez passar mal e ser encaminhada para a UTI, onde Laurinha teve que ser
retirada às pressas e ficou com falta de oxigênio.
A maior dificuldade enfrentada pela bebê é conseguir respirar sozinha.
Segundo o pai, Ádamo Cruz, ela já foi desentubada duas vezes. Na
primeira, conseguiu ficar 3 dias sem o tubo e, da última vez, passou 5
dias. "Na verdade ela está em um coma superficial. Antes ela estava
sedada e em coma induzido, agora eles suspenderam a medicação e ela tem
alguns espasmos, se mexe, chora um pouco, abre os olhos", explica o pai.
Na noite de quinta-feira, a Laurinha chorou pela primeira vez. "A gente
escutou um barulho muito baixinho porque ela fica na encubadora
fechada. Chegamos perto e deu pra escutar ela chorando pela primeira
vez. Agora estamos muito positivos de que em alguns dias ela deve
melhorar", conta o pai.
Segundo a Dra. Tereza Lúcia, responsável pela Laura na UTI, ela está
estável. "Ela segue evoluindo, esperamos agora que ela saia do
respirador. A equipe médica precisa trabalhar junta para que ela
melhore, se torne independente e tenha condições de ir pra casa",
afirma.
Campanha
Para ajudar Laura a se recuperar, o primo de Paula, Matheus Teixeira,
criou um grupo no Facebook chamado "Acorda, Laurinha". A página já conta
com quase 71 mil participantes e recebe mensagens de apoio de pessoas de outros estados e países.
Andando por Fortaleza, é possível encontrar inúmeros carros com o
adesivo da campanha e até mesmo outdoors. Para pedir um adesivo, é só ir
até a loja "Linemed", que fica no Shopping Romcy, na av. Desembargador
Moreira.
Visita
Enquanto a família está sempre no hospital visitando a Laurinha,
algumas pessoas que não a conhecem também querem vê-la. O jogador Magno
Alves foi um dos que tomou a iniciativa de aderir à campanha. "A esposa
dele é amiga de uma amiga do meu trabalho e ela ficou sabendo da
história da Laura. Os dois quiseram vir visitá-la e ajudar na campanha",
conta Telma Praciano, prima da bebê.
Depois da visita, a família falou com o time do Ceará, Fortaleza, Guarany de Sobral e Icasa para entrarem no estádio vestindo a camisa da campanha.
Na partida entre Ceará e Guarany de Sobral no dia 13 de março para o
Campeonato Cearense, Magno Alves marcou três gols e os dedicou para a
Laurinha no programa Fantástico.
Orações
A família acredita que o poder da oração pode ajudar na recuperação da Laurinha e em março realizou um cerco de jericó,
em que as pessoas passam sete dias orando durante 24h. Já na Festa da
Misericórdia, que acontece todos os anos no segundo domingo do tempo
pascal, a família foi convidada a subir ao palco para contar a sua
história.
O padre Antônio Furtado, que celebrou a missa, conheceu a Laurinha no
hospital quando foi visitar outro bebê. Ele pediu para batizá-la e
reservou um espaço para os seus parentes na Festa da Misericórdia.
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