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       Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff destacou a necessidade da realização de projetos de convivência com a seca 
       
                FOTO: ALEX COSTA
          
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 O governo federal quer que o semiárido nordestino produza. E, para 
isso, irá lançar o primeiro Plano Safra voltado exclusivamente a esta 
região, que deverá garantir condições diferenciadas que permitam a 
produção de alimentos pelo produtor rural sertanejo. O anúncio foi feito
 ontem pela presidente Dilma Rousseff, em sua primeira visita ao Ceará, 
em 2014.
 O plano, ponderou a presidente, só será lançado após passado o período 
de estiagem. Enquanto isso, Dilma reforçou a necessidade de se realizar 
projetos de convivência com este fenômeno climático, e declarou: "nós 
vamos utilizar todas as armas emergenciais contra a seca".
 "O semiárido tem de ter safra", afirmou a presidente da República, que,
 contudo, não deu detalhes sobre o plano que será lançado. No seu 
discurso durante a cerimônia realizada em Fortaleza, na qual descerrou a
 placa de inauguração do quinto e último trecho Eixão das Águas e 
entregou um "kit seca", com 172 máquinas a 141 prefeitos cearenses, 
Dilma não fez anúncios de investimentos além daqueles já previstos, nem 
deu declarações de maior peso em relação aos projetos estruturantes do 
governo federal no Estado. A presidente reforçou a necessidade de 
empreendimentos que garantam segurança hídrica ao semiárido, ressaltando
 as obras que vêm sendo realizadas no Ceará.
 Recursos hídricos no CE
 "Talvez o Ceará seja o estado da Federação com o maior programa, pelo 
menos que eu conheço, de segurança hídrica", afirmou, referindo-se ao 
Eixão das Águas, agora já concluído, e o Cinturão das Águas, em obras no
 Cariri cearense, além da transposição do Rio São Francisco, que se 
encontra em atraso e sobre a qual a presidente decidiu não se deter em 
sua fala.
 "Ser capaz de conviver com a seca é saber que ela vai ocorrer, como 
ocorre no inverno no norte do continente, e que você vai enfrentar. Vai 
enfrentar com que armas? A arma da segurança hídrica. A arma do Eixão, 
do Cinturão e, enquanto não tiver pronto, vamos usar os caminhões-pipas,
 coordenados pelo Exército brasileiro, para evitar qualquer uso 
clientelístico dos caminhões; vamos usar a Bolsa Estiagem, o milho, o 
financiamento para o produtor que foi afetado. Nós vamos utilizar de 
todas as armas emergenciais", declarou Dilma.
 A presidente apontou que, diante de uma das maiores secas já vividas 
pelo povo nordestino, as consequências negativas foram amenizadas 
principalmente pelos programas federais de transferência de renda. "Eu 
acredito que todos os mecanismos de proteção e de garantia, essa espécie
 de rede de proteção social: Bolsa Família, Bolsa Estiagem, Seguro 
Garantia Safra, todos eles são responsáveis - e é disso que me orgulho 
-, de não ter tido aqui nenhum movimento de avanço sobre supermercados 
lojas ou feiras, que ocorriam no passado", disse.
 Dilma admitiu que os estados nordestinos estão passando pela a seca 
"com ferimentos", citando a morte do gado nas fazendas. Contudo, também,
 avaliou que outras medidas, como venda de milho a preços mais baixos e 
construção de cisternas, estão permitindo que a situação esteja menos 
grave do que em outras épocas de estiagem.
 São José
 Aproveitando o simbolismo de vir no dia do padroeiro do Estado, São 
José - data sugerida pelo governador Cid Gomes, como destacou -, Dilma 
Rousseff também pediu que o santo "proteja um pouquinho o resto do 
Brasil", referindo-se ao Sudeste e Centro-Oeste, que hoje enfrentam 
forte seca. E concluiu seu discurso com a prece: "que São José nos dê 
uma mãozinha". Leia mais nas p. 2,3,5 e 8
 
Elogios não foram poupados a lideranças
Elogios não foram poupados a lideranças
 Durante sua visita ao Ceará, a presidenta Dilma Rousseff entregou, 
pessoalmente, os "kit seca" a 141 prefeitos cearenses, que subiram ao 
palanque do evento para receberem o material. A entrega foi feita ao 
lado do governador Cid Gomes. Contudo, após receberem as chaves das 
máquinas, os prefeitos seguiam à esquerda no palco, onde recebiam um 
abraço do senador Eunício Oliveira, pré-candidato ao governo estadual 
pelo PMDB.
 Na ocasião, Dilma esbanjou elogios ao governador Cid Gomes, mas também 
distribuiu afagos ao senador Eunício Oliveira, a quem chamou de "grande 
parceiro do governo federal".
 O governador Cid Gomes também recebeu elogios de alguns prefeitos, 
entre eles, o de Piquet Carneiro, Expedito José do Nascimento, segundo 
quem, Cid é o maior governador da história do Ceará. Ao iniciar seu 
discurso, Cid Gomes disse concordar com a afirmação: "Eu sou o maior 
governador do Ceará, concordo com o prefeito, pelos meus 1,84 metros de 
altura. Antes de mim, o maior tinha 1,80 metros", brincou o governador.
 Dilma não concedeu entrevista coletiva à imprensa em Fortaleza, 
conversando apenas com a Rádio Verdes Mares à tarde no Vila Galé 
Cumbuco, onde almoçou antes de partir para Sobral.
 
 
Sérgio de Sousa
Repórter
Sérgio de Sousa
Repórter

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