Presente nas comemorações de 30 anos do Programa Estadual de DST/Aids
de São Paulo, o diretor-adjunto do Programa de Aids das Nações Unidas (UNAids) e subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Antonio Loures, estimou nesta terça-feira (29) que a epidemia de Aids deverá ter fim em 2030.
Em 2011, foram registradas 500 mil mortes a menos, causadas por Aids, do que em 2005. Foto: Adriana Pimentel
“A minha perspectiva pessoal, não é uma estimativa institucional da
UNAids, eu acho que 2030 é um alvo razoável para pensar sobre o fim da
epidemia. Se tomarmos em consideração a experiência histórica, o tempo
que levou a expansão dos tratamentos dá um bom parâmetro de pensar que,
talvez, 15 anos seja um tempo razoável [para o fim da epidemia]”, disse
em palestra durante evento no Hospital das Clínicas, na capital
paulista.
De acordo com Loures, até o ano de 2015 será possível eliminar globalmente a transmissão horizontal do vírus, ou seja, de mãe para filho.
“Eu acredito que até 2015 é possível eliminar a transmissão mãe e
filho. Existem casos acontecendo ainda no Continente Africano, sendo que
é quase virtual a transmissão mãe filho fora da África. Esta epidemia
pode ser terminada nos próximos dois três anos”, disse.
Atualmente, de acordo com o diretor, a maior epidemia de Aids ocorre entre homossexuais do sexo masculino.
A transmissão nesse grupo cresce em países do Hemisfério Norte, como os
Estados Unidos e a Rússia; aumenta também na Europa, na África, na
Ásia, e em alguns países do Hemisfério Sul.
“A epidemia entre homossexuais masculinos, essa é, no meu ver, a
única epidemia verdadeiramente global que nós temos hoje, entre as
muitas epidemias de aids. O risco de um homossexual jovem [adquirir HIV]
hoje em uma capital europeia é igual ao risco para adquirir HIV de um
jovem crescendo na África do Sul, que tem a maior epidemia do mundo”,
destacou.
Segundo dados apresentados por Loures, em 2011 foram registradas 500 mil mortes a menos
– causadas por aids – do que em 2005. As maiores quedas ocorreram nos
países da África Subsaariana. “Não tem dúvida nenhuma que existe
progresso. Isso é resultado de uma mobilização social e avanço da
ciência”, disse.
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