terça-feira, 10 de setembro de 2013

Falta de professores causa protestos

Iguatu. Alunos da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (Fecli), unidade de ensino da Universidade Estadual do Ceará (Uece), estão mobilizados contra a falta de professores e de servidores administrativos da instituição. O reduzido quadro de funcionários deve se agravar a partir do próximo ano, ampliando assim o prejuízo para os universitários.

Alunos da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (Fecli) realizaram manifestação contra os prejuízos ocasionados pelo número limitado de docentes. Pedem a realização de concurso público na Uece FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Inicialmente, os estudantes saíram em passeata na noite de sexta-feira passada e realizaram manifestação na Avenida Perimetral e depois no Parque de Exposições do Rotary Club de Iguatu. Os alunos aproveitaram milhares de pessoas que visitavam a 50ª Expoiguatu para chamar a atenção da população, das autoridades locais e do governo do Estado. Os universitários promoveram um ´apitaço´ que despertou a atenção do público.
No sábado, um grupo de alunos participou da mobilização do 19º Grito dos Excluídos. Os estudantes protestaram na Praça da Criança e depois seguiram em caminhada, conduzindo cartazes e faixas denunciando a falta de professores na instituição de ensino. Na manhã de ontem, voltaram a realizar novo protesto. Os alunos disseram que a falta de professores compromete o funcionamento dos cursos e pediram ao governador do Estado a realização de concurso para contratação de docentes efetivos. "Só temos um professor de Inglês, que foi transferido", disse o aluno do curso de Letras, Murilo Silva. "Um curso que era para terminar em quatro anos, prolonga-se por mais um ou dois anos".

O estudante do curso de Letras, José Maciel Torres, disse que, por enquanto, não há decisão em paralisar as aulas. "O nosso protesto tem por objetivo chamar a atenção da Reitoria e do governo do Estado para a situação crítica em que a instituição atravessa", frisou. "Se não houver decisões administrativas, vamos discutir uma possível paralisação". De acordo com a estudante, Liana Galdino, do curso de Licenciatura em Biologia, até dezembro próximo, termina o contrato de vários professores substitutos. "No próximo ano, a situação vai se agravar ainda mais", disse. "Por isso, reivindicamos a realização de concurso para professor efetivo e servidor administrativo", salientou.

Escassez
O diretor da Fecli, Ricardo Rodrigues da Silva, disse que a manifestação é uma iniciativa dos estudantes. "Eles resolveram fazer protesto, aproveitando a Expoiguatu e o Grito dos Excluídos para chamar a atenção da comunidade local e das autoridades", frisou. "A escassez de professores e de servidores é preocupante e de conhecimento da reitoria da Uece, mas que depende de decisão do governo do Estado a realização de concurso público".

Ricardo Rodrigues disse que desde o ano passado, quando assumiu a direção da Fecli, vem tentando resolver o problema. "Uma hora a situação iria ficar insustentável e isso está prestes a acontecer", observou. A Fecli não dispõe sequer de uma vigia. Há 30 anos, a instituição foi encampada pela Uece, depois de ter sido fundada pela Prefeitura de Iguatu. Durante todo esse tempo, a Uece não promoveu concurso ou disponibilizou vaga para a contratação de servidores administrativos.

Honório BarbosaRepórter

ENQUETE
Como o problema tem preocupado?
"Os estudantes locais estão apreensivos com todo esse problema, temendo o prolongamento do curso porque não há professores para as disciplinas ofertadas e isso nos causa preocupação"

Liana GaldinoEstudante de Biologia

"Estamos preocupados, mas para resolver o problema é preciso a realização de concurso público para suprir a falta de professores e de servidores que vem se arrastando há vários anos sem uma solução concreta"

Ananda RibeiroEstudante de Letras

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