O Conselho Estadual de Saúde
quer a retratração do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), em
decorrência do ato de hostilização aos médicos estrangeiros, ocorrido na
última segunda-feira, 26. O órgão emitiu uma nota de desagravo em
defesa dos estrangeiros. Ela foi assinada por diversas entidades
favoráveis à vinda a Fortaleza dos 96 profissionais inscritos no
programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Aberta para quem mais quiser assinar, a nota é endossada pelo Ministério da Saúde e pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Fortaleza e na Assembleia.
Aberta para quem mais quiser assinar, a nota é endossada pelo Ministério da Saúde e pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara de Fortaleza e na Assembleia.
O Conselho caracterizou como "demonstração de intolerância" e "xenofobia" por parte do Sindicato dos Médicos.
Leia trecho da nota:
"Senhor presidente, para onde você caminha e leva os jovens médicos? E agora, José? José, para onde? Para a agressão física? "Escravos", José? Um povo valoroso que resiste a um boicote econômico já 54 anos da maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos, e não se entrega, e não se curva? Um povo que jamais agrediu outros povos e, sim, oferece sempre a sua solidariedade e os seus médicos em situações de catástrofe, como no Haiti e em 69 países que pedem sua ajuda, sempre intermediada pela OMS? Cuba não tem riqueza, José. A sua riqueza é o seu povo, são seus médicos, sua solidariedade. Incompetentes, José? Os indicadores de saúde de Cuba se pareiam com os dos países mais desenvolvidos, a mortalidade infantil é menor que nos Estados Unidos e há 30 anos desenvolvem um Programa de Saúde da Família que é exemplo para o mundo inteiro".
A manifestação
Sob gritos de "escravos” e “incompetentes”, um grupo de 96 médicos estrangeiros inscritos no Mais Médicos foi hostilizado, durante a noite de segunda-feira, 26, em um protesto organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) em frente à Escola de Saúde Pública, no bairro Meireles. Os profissionais estrangeiros - entre eles, 79 cubanos - participavam de uma solenidade de acolhimento organizada pelo Ministério da Saúde (MS).
"Isso é uma palhaçada. Como se aprende medicina,
português e legislação do SUS (Sistema Único de Saúde) em três
semanas?", comentou o presidente do Simec, José Maria Pontes. De acordo
com o médico, o protesto não foi contra a vinda de médicos estrangeiros,
mas a favor da aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas
Médicos (Revalida). "Como eles vão exercer a medicina sem comprovante da
prática médica?", indagou.
Redação O POVO Online com informações do repórter Bruno de Castro
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