sexta-feira, 5 de julho de 2013

Medicina e Odontologia têm as melhores carreiras, diz pesquisa

Novamente a Medicina aparece como curso superior que oferece mais vantagens profissionais, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados nesta quarta-feira (3).
Das 48 carreiras de nível superior, Medicina está no topo do ranking salarial, com R$ 8.459. Odontologia, Serviços de transportes e Engenharia Civil também estão em boas situações, com salários de R$ 5.367, R$ 6.052 e R$ 5.768, respectivamente.
Não só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de profissões do instituto (FOTO: Flickr/Creative Commons)
Não só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de profissões do instituto (FOTO: Flickr/Creative Commons)
Para chegar a essa conclusão, foram levados em conta os critérios de melhores salários, jornada de trabalho, taxa de ocupação e cobertura de previdência, de 2009 a 2012.

Mais cobiçado
Atualmente, o curso de Medicina é um dos mais cobiçados nos vestibulares, momento em que os jovens têm de decidir suas profissões. “A carreira de medicina foi a vencedora disparada, com um índice 30% maior do que a segunda colocada, odontologia. Medicina já era a líder do ranking na década passada”, informou o estudo, coordenado pelo presidente do Ipea e atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri.
Não só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de profissões do instituto. A facilidade de encontrar um emprego, expresso pela taxa de ocupação de 97% dos médicos formados, também a maior entre as carreiras e a cobertura previdenciária, de 93,3%, são fatores determinantes.
Realidade do Ceará
No entanto, no Ceará, a realidade é diferente do que mostra a pesquisa. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos no estado, José Maria Pontes, os profissionais não vivem de apenas um emprego. “Para termos ganho de mais de R$ 8 mil por mês, temos de conseguir vários bicos, porque os salários variam de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil”, conta.
Além disso, o presidente afirma ser muito difícil encontrar médicos que atuem apenas durante 41,9 horas semanais, como aponta a pesquisa. “A gente tem que ficar dando plantão o tempo todo e em vários hospitais. Eu, por exemplo, trabalho muito mais que isso. Até porque a média de trabalho de um médico é de 60 horas”, confessa.
Pontes cita ainda a situação dos profissionais de jornalismo que, segundo o levantamento, recebem R$ 3.758 para 39 horas mensais de trabalho. “No sindicato, trabalhamos com jornalistas também. E eu sei o quanto a situação é complicada para as duas profissões. Na verdade, em qualquer atividade você tem que fazer um bico para ganhar um salário digno”.
Os que mais trabalham
Em relação à jornada de trabalho, os médicos não estão entre os cinco que trabalham mais horas por semana. Os profissionais que passam mais horas semanais dedicadas ao emprego, são os engenheiros mecânicos e especialistas em metalurgia, 42,8 horas. Outras carreiras que também têm jornadas mais extensas são as nos setores farmacêutico – 42,6 horas – e de engenharia, produção e processamento, 42,5 horas.
Os últimos da pesquisa
As profissões de nível superior ligadas à religião, ética e filosofia e educação física e esportes estão na base da pesquisa. Ou seja, segundo o Ipea, elas oferecem as piores condições no mercado de trabalho.
Os salários mensais são de R$ 2.175, R$ 2.340 e R$ 2.786, respectivamente. Ao mesmo tempo, são as carreiras que têm baixa jornada de trabalho, de 37 a 39 horas semanais.
O educador físico Leandro Gadelha afirma que as áreas realmente são mal remuneradas. “Na área escolar, por exemplo, os professores trabalham 40 horas semanais e recebem de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. Na área fitness, as horas-aula vão de R$ 7 a R$ 15 em Fortaleza”, explica.
Apesar do cenário, de acordo com Gadelha a situação já foi pior. “Há uns cinco anos, era mais complicado. Atualmente estão aumentando os valores da hora-aula, e melhorando a qualidade dos professores e das academias”, comemora.
Calculando a realidade local
Comparou-se a performance trabalhista de pessoas iguais em alguns atributos, mas que seguiram diferentes carreiras universitárias.1 Os modelos utilizados foram traduzidos em simuladores interativos e amigáveis que podem ser acessados na ferramenta Você na Universidade – Carreiras e Mercado de Trabalho. Eles permitem ao jovem vestibulando que vai optar por uma carreira no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vislumbrar, entre suas vocações profissionais, o desempenho médio de pessoas com características similares às suas no mercado de trabalho.

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