Com o repetitivo assunto 1950 em pauta mais uma vez, Seleção encara o rival do Sul em busca de vaga na final
Chegar à final da Copa das Confederações que está sendo disputada em sua própria casa. Essa é a meta da Seleção Brasileira, que hoje, às 16h, enfrenta o Uruguai nas semifinais da competição no Mineirão, em Belo Horizonte (MG). O ganhador, que pode ser conhecido na prorrogação ou nos pênaltis, vai fazer a grande decisão de domingo contra o vitorioso do duelo entre Espanha e Itália, que jogam na quinta-feira.
Neymar era um dos mais sorridentes antes do treino de ontem no Mineirão. Durante a atividade, porém, ficou caído no gramado, reclamando de dores, após um choque com o volante Fernando fotos: reuters
O Brasil aparece como favorito, pois terminou a 1ª fase com 100% de aproveitamento, na liderança do Grupo A. A Celeste ficou em 2º lugar no Grupo B, atrás da Espanha, porém, é sempre um rival de respeito por conta da rivalidade e do estilo aguerrido dos vizinhos do sul.
"Agora vivemos outra realidade, são outros jogadores e já faz muito tempo daquela decisão. Isso, porém, não significa que será um jogo tranquilo, muito pelo contrário", disse o goleiro Julio Cesar.
Com a recuperação do volante Paulinho, que treinou normalmente ontem, Felipão já adiantou que o time será o mesmo que abriu a recente série de triunfos ainda na vitória por 3 a 0 no amistoso contra a França, último amistoso antes da Copa das Confederações. Depois, vieram vitórias contra Japão (3 a 0), México (2 a 0) e Itália (4 a 2).
Zagueiro David Luiz chegou a ser dúvida para a partida decisiva de hoje, após sair de campo machucado contra a Itália, mas está confirmado para encarar o Uruguai
"Já temos uma base depois de três jogos decisivos. Isso faz com que o grupo vá acreditando, assim como a torcida", afirmou Felipão. "Não temos de ter medo de ninguém", acrescentou. Para tanto, o técnico conta com a força do ataque comandado por Neymar e Fred - juntos, eles marcaram quatro dos nove gols brasileiros no torneio.
Respeito e provocação
Os elogios são recíprocos. Óscar Tabárez, treinador da seleção uruguaia, também é só elogios ao Brasil, mas não deixou o tom provocador de lado ao lembrar que derrotou a África do Sul, país-sede da Copa do Mundo de 2010, por 3 a 0 na primeira fase. "Quero dizer ao Brasil que sabemos enfrentar e derrotar o país-sede. Mas logicamente temos grande respeito pelo Brasil".
Na Celeste, que preservou os titulares na goleada de 8 a 0 sobre o frágil Taiti, o desfalque é o zagueiro Andres Scotti, expulso diante dos taitianos. Mas como o jogador é considerado reserva imediato de Diego Lugano, que estará em campo, a equipe também poderá comemorar o fato de ter todos os titulares à disposição para o duelo contra o Brasil.
Felipão prevê clima tenso e partida de alto nível
O técnico Luiz Felipe Scolari avaliou que o jogo entre Brasil e Uruguai, na tarde de hoje, no Mineirão, terá clima tenso e será bem disputado, com alto nível técnico, pois valerá uma vaga na decisão da Copa das Confederações, mas também por se tratar de um tradicional clássico sul-americano, com duas equipes recheadas de grandes jogadores.
"Isso é uma tradição, é um clássico sul-americano bem disputado. Independentemente de qual competição for, tem sempre disputas mais fortes. Sabemos disso", avaliou.
Além disso, Felipão destacou a força do Uruguai, que manteve a base da seleção que foi semifinalista da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e também conquistou o título da Copa América de 2011, na Argentina.
Diante de um adversário forte e em um jogo decisivo que pode ser catimbado e nervoso, Felipão garantiu não temer a falta de experiência da renovada seleção brasileira. "São experientes, sim. Mesmo o Neymar, com 21 anos, quantas Libertadores já jogou? Tenho jogadores com muita vivência em campeonatos europeus", lembrou o treinador.
Torcedor
Em um jogo que promete ser equilibrado, Felipão voltou a pedir o apoio do torcedor que for ao Mineirão nesta quarta-feira. "Ajude-nos. É um momento importante. Um passo importante contra o Uruguai", afirmou.
Julio Cesar reclama da bola
O goleiro Julio César havia avisado que evitaria fazer críticas à Cafusa, bola utilizada na Copa das Confederações. Afinal, o veterano tem adotado todos os cuidados possíveis para que o desfecho de sua nova passagem pela Seleção Brasileira não seja o mesmo da Copa do Mundo de 2010, quando falhou na derrota para a Holanda depois de reclamar bastante da polêmica Jabulani.
O goleiro da Seleção Brasileira classificou a bola Cafusa como leve e instável, as mesmas características negativas que havia percebido na Jabulani em 2010
Bastaram três jogos do Brasil no torneio, no entanto, para o atleta não conseguir mais se controlar em relação à pelota. "Falei que não comentaria nada da bola, mas é nítido o que acontece quando os jogadores chutam de longe", alertou.
Em 2010, o goleiro dizia que a Jabulani, assim como a Cafusa, era muito leve e instável.
Policiamento é reforçado em Belo Horizonte
A Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais vai reforçar o efetivo policial nas ruas de Belo Horizonte, hoje, quando a cidade recebe o jogo entre Brasil e Uruguai, no Mineirão, pela semifinal da Copa das Confederações. As forças de segurança mineiras já esperam novo confronto durante manifestação marcada para o horário da partida e vão aumentar em 55,5% o número de agentes que vão atuar no policiamento, principalmente no centro da cidade e na região da Pampulha, onde está localizado o estádio.
Militares do Exército também serão mobilizados para reforçar a segurança em órgãos e instituições federais, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que fica ao lado da arena. Segundo o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, serão empregados 5.567 policiais na operação, contra 3.580 mobilizados durante protesto ocorrido no último sábado na cidade.
Na ocasião, foi registrada na capital mineira a maior manifestação de sua história, mas o ato terminou em confronto violento quando grupos radicais chegaram até o cordão policial montado próximo ao cruzamento das avenidas Presidente Antônio Carlos e Antônio Abrahão Caram, no acesso ao estádio.
Feriado
A manifestação prevista para acontecer nesta quarta-feira também deve levar milhares de pessoas às ruas. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), decretou feriado e, na esfera municipal, serão mantidos em funcionamento apenas plantões em serviços considerados essenciais como a Defesa Civil e unidades de Saúde.
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