quarta-feira, 22 de maio de 2013

Jaguaruana para durante protesto contra a violência

Mais 26 policiais estão entrando no reforço da segurança pública na cidade, para atender à reivindicação local

Jaguaruana. A cidade parou na manhã de ontem para protestar diante da falta de segurança que vive este município. Três mil pessoas tomaram a Avenida Simão Góes, com destino à Câmara de Vereadores, onde foi realizada uma Audiência Pública. A população pede mais policiamento e comerciantes ameaçam fechar as portas diante da insegurança nas ruas.

Com faixas, cartazes e roupas brancas, a população do município ocupou as ruas centrais e pediu mais reforço para a segurança pública. A manifestação pacífica contou com variados segmentos sociais fotos: ellen freitas
No último dia 15, os lojistas estiveram presentes na Sessão Ordinária da Câmara para pedir apoio do poder público local para realizar um ato em protesto diante da falta de segurança no município. Segundo justificou o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Gleidson Farias, os assaltos estão prejudicando o comércio da cidade e, consequentemente, a população. Ele destaca desde janeiro, foram mais de 20 assaltos a estabelecimentos comerciais.
A comerciante Claudia Helena, que teve seu supermercado assaltado recentemente, contou que as lojas estão se esvaziando porque os clientes temem ser assaltados. O vídeo da ação, gravado pelo circuito interno do supermercado, ganhou as redes sociais e teve mais de 5 mil acessos só na última semana. O Diário do Nordeste publicou o fato. A rapidez e a violência com que os assaltos são realizados levaram moradores e comerciantes a exigirem mais segurança.

Além dos comerciantes, moradores também reclamam da insegurança, que chegou ao limite, segundo a dona de casa Francisca Leandra Cardoso. "Aqui ninguém pode mais ficar sentado na calçada porque corre o risco de ser assaltado. Eles levam tudo, bicicleta, celular, até a roupa no varal. A situação chegou ao limite, alguma coisa precisa ser feita", reclama a moradora.

Mudanças

Durante a caminhada, foi passado um abaixo assinado que deverá ser entregue ao governador do Estado, Cid Gomes, pedindo uma mudança na política de segurança pública para o Interior.

Em frente ao fórum, os manifestantes pediram o apoio do juiz titular do município, Domingos José da Costa, e do promotor Luís Dionísio.

Segundo o juiz, há uma carência muito grande de efetivos no município, e isso tem dificultado o trabalho das polícias. "Itaiçaba tem um terço da população de Jaguaruana e lá possuem 11 policiais, enquanto aqui temos somente 14, isso é inaceitável", ressaltou o Domingos da Costa.

Para o promotor Luís Dionísio, a manifestação da população é importante para que todos busquem reivindicar melhorias nas políticas públicas para a segurança e que o Ministério Público está atuando de frente nesta questão.

Na Câmara de Vereadores foi realizada uma audiência pública com a presença diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), Jocel Dantas, delegado titular de Jaguaruana, Luciano Barreto, juiz Domingos José da Costa, o promotor de Justiça, Luís Dionísio, comandante do Comando de Policiamento do Interior (CPI), Coronel Macedo, presidente da Câmara, Fátima Oliveira, deputado Antônio Marcos e a prefeita Ana Teresa.

A audiência teve o intuito de buscar soluções emergenciais para resolver a questão da falta de segurança. De acordo com a prefeita, a situação chegou ao extremo, mesmo depois de procurar o Governo do Estado, a Secretaria de Segurança Pública e o DPI. "Há cinco meses eu venho tentando, mas não fomos atendidos. Então convoquei a imprensa para dar visibilidade à nossa causa e mostrar que a segurança de Jaguaruana está um caos. Nós queremos também a transferência do delegado Luciano Barreto, porque não estamos vendo trabalho efetivo por parte da Polícia Civil", disse Ana Teresa.

A multidão lotou a casa e centenas de pessoas acompanhavam a audiência do lado de fora, através de caixas de som.

O presidente da CDL falou em nome dos comerciantes, e expôs o medo que os pequenos empresários tem em trabalhar diariamente. "Nós não estamos pedindo nada demais, só queremos poder trabalhar com segurança e essa não é a realidade que estamos vendo na cidade hoje. Os números estão preocupantes", afirma Farias.

De acordo com dados da Polícia Militar, nos primeiros cinco meses aconteceram 21 assaltos e cinco homicídios no município. O principal alvo são estabelecimentos comerciais. As ações acontecem no horário de expediente. Segundo informações do coronel Macêdo, três pessoas já foram presas e quatro foram identificadas, com mandado de prisão decretado.

Sobre o reforço da segurança, Macêdo afirmou que, durante esta semana, o município contará com o apoio do Comando Tático Rural (Cotar), CPI e DPI. Ao todo, 26 policiais estão reforçando temporariamente a segurança do município. O efetivo, ainda segundo o coronel, só deverá chegar a partir de setembro, quando os mil aprovados no concurso da Polícia Militar concluírem seu curso preparatório.

ELLEN FREITASCOLABORADORA

ENQUETE
Como está vivenciando o problema?
"A insegurança está muito grande aqui no município e o trabalho da Polícia é muito lento. Ainda tem muita impunidade nos casos de crime e violência. A população está com muito medo"

Francisca Leandra CardosoDona de casa

"O que nós moradores, empresários e população em geral queremos é poder abrir nosso comércio, nossas empresas e trabalhar tranquilamente. Simplesmente não tem segurança para a gente trabalhar"

Fátima MarquesComerciante

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