Líderes e representantes dos municípios do Estado do Ceará se reuniram,
ontem, para discutir a seca e mobilizar os estados nordestinos em favor
de ações eficazes. Segundo Adriana Pinheiro Barbosa, presidente da
Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece), ainda
não foi feito o repasse de R$ 9 bilhões prometidos pelo governo
federal, há pouco mais de um mês, para o enfrentamento da estiagem no
Nordeste. Os gestores cobram o valor.
No Ceará, 180 cidades estão em estado de emergência. Municípios querem liberação de verbas para carros-pipa e instalação de poços Foto: Waleska Santiago
O encontro aconteceu na sede da Aprece e faz parte da Mobilização Nacional pelo Nordeste, cujo objetivo é alertar o País para os resultados da seca na economia e na vida dos nordestinos, com destaque aos pequenos produtores. Na mobilização, as prefeituras municipais cearenses paralisaram suas atividades, mantendo apenas serviços tidos como essenciais, tais como saúde, limpeza pública e educação. A paralisação foi decidida para mostrar a insatisfação dos prefeitos do Estado com a demora do recurso.
"Nosso maior problema, hoje, é a burocracia e a falta de informação sobre esse repasse. Não sabemos a quantia exata para o Ceará, nem quando esse dinheiro estará disponível para combater a estiagem. Tudo fica preso por causa das dezenas de procedimentos burocráticos", disse Adriana Pinheiro.
Na tentativa de uma negociação com resultados mais
rápidos, hoje, alguns gestores cearenses seguem para Brasília, onde
entregarão à Casa Civil, Senado Federal e Câmara dos Deputados um
documento oficial com todas as reivindicações municipalistas para o
enfrentamento da crise que atinge 1.475 municípios do Nordeste, sendo
180, somente no Ceará, em estado de emergência.No Ceará, 180 cidades estão em estado de emergência. Municípios querem liberação de verbas para carros-pipa e instalação de poços Foto: Waleska Santiago
O encontro aconteceu na sede da Aprece e faz parte da Mobilização Nacional pelo Nordeste, cujo objetivo é alertar o País para os resultados da seca na economia e na vida dos nordestinos, com destaque aos pequenos produtores. Na mobilização, as prefeituras municipais cearenses paralisaram suas atividades, mantendo apenas serviços tidos como essenciais, tais como saúde, limpeza pública e educação. A paralisação foi decidida para mostrar a insatisfação dos prefeitos do Estado com a demora do recurso.
"Nosso maior problema, hoje, é a burocracia e a falta de informação sobre esse repasse. Não sabemos a quantia exata para o Ceará, nem quando esse dinheiro estará disponível para combater a estiagem. Tudo fica preso por causa das dezenas de procedimentos burocráticos", disse Adriana Pinheiro.
Ações emergenciais
Entre as ações cobradas pelos municípios está a liberação da verba para aquisição das estações móveis de tratamento, carros-pipa e a instalação de poços profundos. Conforme Nicolas Fabre, assessor técnico de Desenvolvimento Rural, falta informações do governo federal a respeito da divisão da verba. "Não vemos os recursos chegando e, enquanto isso, o Ceará se acaba em seca", pontua. Fabre também acrescenta que, das 340 mil toneladas de milho prometidas para o Nordeste, 43 se destinam ao Ceará, mas, até agora, só 10 mil chegaram às famílias. O coordenador destaca que, tento em vista a gravidade da seca no Ceará, é indispensável que a verba chegue com rapidez para que os resultados sejam, de fato, vistos.
SAIBA MAIS
Além dos R$ 9 bilhões, foram prometidos mais carros-pipa. O número pulou de 4,4 mil para 6,1 mil neste ano. Houve garantia, também, de 130 mil cisternas até julho.
Atualmente, alguns municípios do Ceará já estão em estado de colapso por conta da seca, como Itapajé e Quiterionópolis. Já os em estado de emergência do Nordeste representam um total de 22% das cidades brasileiras.
A quantidade de pessoas afetadas pelas secas no Nordeste chega a 9,7 milhões, ou seja, 5,1% da população do Brasil.
A seca que atinge o Nordeste é uma das piores dos últimos 50 anos e ainda deve se estender pelos próximos meses.
LÍVIA LOPESREPÓRTER
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