Será realizada audiência pública, hoje, na cidade, para discutir a implantação do parque industrial na região
Fortaleza. Está prestes a ser aprovada a instalação de um distrito industrial entre a encosta da Chapada do Apodi e a margem do Rio Jaguaribe, em Limoeiro do Norte. Populares e movimentos socioambientais protestam contra o que acreditam que irá trazer graves danos ambientais. Os manifestantes são favoráveis à criação do distrito, mas não no local proposto. O projeto de instalação já foi aprovado pela Câmara Municipal, dando ao prefeito municipal o aval para escolher onde ficarão instaladas as indústrias. Acontece, hoje, a primeira audiência pública sobre o caso.
Distrito ficaria ao lado da Barragem das Pedrinhas, no Rio Jaguaribe
Foto: melquíades Júnior
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Luiz Girão, pelo menos 16 empresas estão na lista de interesses para instalação no município. Ele é um dos principais entusiastas da instalação do distrito e defende a escolha do terreno. "Uma empresa, com especialistas no assunto, já deu o parecer favorável. A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) já garantiu água, a Coelce já garantiu a energia. Então, não vejo problema na instalação ali, mas quem vai dizer é a Semace", afirma o secretário.Ele aponta natureza política partidária nos discursos contrários. "A audiência pública será para quem for contra dizer porque motivo. Ser contra só porque votou contra o prefeito não é justo. A menos que provem que não pode, não tem nada errado. Tudo no Ceará é na beira do rio, onde é que vai existir água que não seja na beira do rio", reclama Luiz Girão, que também é empresário.
Parecer técnico
É o próprio estudo da empresa Geoconsult, por solicitação da Prefeitura Municipal e que conclui ser a área da localidade de Pedrinhas "propícia à implantação do Distrito Industrial no município de Limoeiro do Norte", quem aponta uma série de aspectos negativos para a instalação.
Parte da área é considerada extremamente vulnerável, sujeita a erosão. O estudo também aponta o risco de contaminação das águas e, caso seja super-explorado, "o recurso hídrico subsuperficial poderá ter seu nível rebaixado". Além disso, para a instalação do distrito industrial entre o Jaguaribe e a Chapada do Apodi será necessário alterar a Lei Municipal 1.026, do ano 2000, que discorre sobre o uso e ocupação do solo.
O movimento SOS Jaguaribe, de defesa do principal manancial do Ceará, é contrário à instalação das indústrias à beira do rio. A entidade reúne geógrafos, geólogos, agrônomos, professores, estudantes e até mesmo representações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Ambiental e do Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema).
Em parecer desfavorável encaminhado ao prefeito Paulo Duarte, o movimento afirma que "os recursos hídricos do município já estão bastante comprometidos, escassos, salobros e salgados na região de afloramentos rochosos, degradados, eutrofisados". Ainda aponta os riscos de contaminação pelos efluentes industriais, que possivelmente desembocarão no leito do Rio Jaguaribe ou no aquífero Jandaíra, uma das maiores reservas de água subterrânea entre Ceará e Rio Grande do Norte.
Poluição
Outro dado diz respeito à poluição do ar. Ao serem instaladas ao lado da Chapada do Apodi, as plumas das chaminés, bem como os vapores gerados pelas caldeiras só terão como sentido do vento a depressão do vale do rio e suas áreas habitadas.
O geógrafo Dedé Oliveira, do SOS Jaguaribe, afirma que até mesmo a entidade é favorável à criação do distrito, "mas não local que estão pretendendo. É uma inverdade dizer que existe interesse político eleitoreiro, pois até mesmo as pessoas de dentro do governo municipal são contra o distrito na beira do rio", argumenta o geógrafo.
A secretária municipal de Desenvolvimento Ambiental, Iolanda Castro, é também líder do SOS Jaguaribe, o mesmo que é contra as indústrias na beira do manancial.
"O que devemos focar é nos fortes impactos ambientais que vão causar, pela própria fragilidade daquele solo. Aquele local, onde está nossa Barragem das Pedrinhas, é destinado ao lazer comunitário, ao potencial turístico", afirma Dedé Oliveira. A audiência acontece às 17 horas.
Mais Informações
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte
Rua Coronel Antônio Joaquim, 2121 - Centro
Telefone: (88)3423-1165
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER
Fortaleza. Está prestes a ser aprovada a instalação de um distrito industrial entre a encosta da Chapada do Apodi e a margem do Rio Jaguaribe, em Limoeiro do Norte. Populares e movimentos socioambientais protestam contra o que acreditam que irá trazer graves danos ambientais. Os manifestantes são favoráveis à criação do distrito, mas não no local proposto. O projeto de instalação já foi aprovado pela Câmara Municipal, dando ao prefeito municipal o aval para escolher onde ficarão instaladas as indústrias. Acontece, hoje, a primeira audiência pública sobre o caso.
Distrito ficaria ao lado da Barragem das Pedrinhas, no Rio Jaguaribe
Foto: melquíades Júnior
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Luiz Girão, pelo menos 16 empresas estão na lista de interesses para instalação no município. Ele é um dos principais entusiastas da instalação do distrito e defende a escolha do terreno. "Uma empresa, com especialistas no assunto, já deu o parecer favorável. A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) já garantiu água, a Coelce já garantiu a energia. Então, não vejo problema na instalação ali, mas quem vai dizer é a Semace", afirma o secretário.Ele aponta natureza política partidária nos discursos contrários. "A audiência pública será para quem for contra dizer porque motivo. Ser contra só porque votou contra o prefeito não é justo. A menos que provem que não pode, não tem nada errado. Tudo no Ceará é na beira do rio, onde é que vai existir água que não seja na beira do rio", reclama Luiz Girão, que também é empresário.
Parecer técnico
É o próprio estudo da empresa Geoconsult, por solicitação da Prefeitura Municipal e que conclui ser a área da localidade de Pedrinhas "propícia à implantação do Distrito Industrial no município de Limoeiro do Norte", quem aponta uma série de aspectos negativos para a instalação.
Parte da área é considerada extremamente vulnerável, sujeita a erosão. O estudo também aponta o risco de contaminação das águas e, caso seja super-explorado, "o recurso hídrico subsuperficial poderá ter seu nível rebaixado". Além disso, para a instalação do distrito industrial entre o Jaguaribe e a Chapada do Apodi será necessário alterar a Lei Municipal 1.026, do ano 2000, que discorre sobre o uso e ocupação do solo.
O movimento SOS Jaguaribe, de defesa do principal manancial do Ceará, é contrário à instalação das indústrias à beira do rio. A entidade reúne geógrafos, geólogos, agrônomos, professores, estudantes e até mesmo representações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Ambiental e do Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema).
Em parecer desfavorável encaminhado ao prefeito Paulo Duarte, o movimento afirma que "os recursos hídricos do município já estão bastante comprometidos, escassos, salobros e salgados na região de afloramentos rochosos, degradados, eutrofisados". Ainda aponta os riscos de contaminação pelos efluentes industriais, que possivelmente desembocarão no leito do Rio Jaguaribe ou no aquífero Jandaíra, uma das maiores reservas de água subterrânea entre Ceará e Rio Grande do Norte.
Poluição
Outro dado diz respeito à poluição do ar. Ao serem instaladas ao lado da Chapada do Apodi, as plumas das chaminés, bem como os vapores gerados pelas caldeiras só terão como sentido do vento a depressão do vale do rio e suas áreas habitadas.
O geógrafo Dedé Oliveira, do SOS Jaguaribe, afirma que até mesmo a entidade é favorável à criação do distrito, "mas não local que estão pretendendo. É uma inverdade dizer que existe interesse político eleitoreiro, pois até mesmo as pessoas de dentro do governo municipal são contra o distrito na beira do rio", argumenta o geógrafo.
A secretária municipal de Desenvolvimento Ambiental, Iolanda Castro, é também líder do SOS Jaguaribe, o mesmo que é contra as indústrias na beira do manancial.
"O que devemos focar é nos fortes impactos ambientais que vão causar, pela própria fragilidade daquele solo. Aquele local, onde está nossa Barragem das Pedrinhas, é destinado ao lazer comunitário, ao potencial turístico", afirma Dedé Oliveira. A audiência acontece às 17 horas.
Mais Informações
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte
Rua Coronel Antônio Joaquim, 2121 - Centro
Telefone: (88)3423-1165
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER
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