Depois de aguardar leito em Fortaleza, ela passou pelo procedimento em São Paulo por meio do Sistema Único de Saúde
A garota, diagnosticada com um tipo agressivo de leucemia, recebeu a doação de sua irmã, Letícia, no Instituto de Tratamento de Câncer Infantil (Itaci)
Após longa e angustiante espera, a luta da menina Ana Cecília Pontes, 4, para realizar um transplante de medula óssea necessário à sua sobrevivência, finalmente teve desfecho. No último sábado, a pequena, diagnosticada com um tipo agressivo de leucemia, recebeu a doação de sua irmã, Letícia, no Instituto de Tratamento de Câncer Infantil (Itaci), em São Paulo, e está em fase de recuperação. Segundo a família, o procedimento foi executado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e não demandou verbas do Governo do Ceará.
A menina já estava internada há cerca de duas semanas na capital paulista se preparando para o transplante, que foi bem-sucedido. Embora a irmã já tenha obtido alta médica, Ana Cecília terá de ficar em regime de isolamento, sendo acompanhada por médicos durante um período que pode chegar a 100 dias. Porém, conforme a avó, Lízia Nobre, a pequena já passa bem. "Está tudo ótimo com a Ana Cecília e a Letícia. Ficamos muito felizes e cheios de esperança porque está dando tudo certo, tudo caminhando como a gente esperou", comemorou.
O êxito do transplante, contudo, não garante a cura de Ana Cecília. Segundo Ítalo Bismarck, pai da pequena, ela precisará aguardar o que os médicos chamam de "pega" da medula, processo em que a medula transplantada tentará se adaptar ao corpo. Ele explica que não é possível determinar quanto tempo o organismo levará para responder, mas as expectativas são as melhores possíveis.
"A gente sabe e sente que vai dar certo. Quando existe um doador irmão 100% compatível, o transplante é de baixo risco e ela estava muito bem para a transfusão. Temos muita fé e certeza", afirma Ítalo. Entretanto, mesmo que a medula seja adequada, Ana Cecília ainda corre o risco de voltar a desenvolver a doença no futuro, possibilidade que preocupa a família.
"Estamos sentindo uma mistura de alívio e apreensão porque agora começa a nova fase. A alta definitiva acontece somente cinco anos após o transplante. Se voltar, vai ser mais agressiva e, nesses casos, o paciente costuma ir a óbito", destaca o pai.
FIQUE POR DENTRO
Falta de leito gerou impasse para cirurgia
Diagnosticada em 2011 com leucemia linfoblástica aguda, Cecília foi submetida à quimioterapia e aguardou vaga para transplante por meio do SUS, mas não havia leitos em Fortaleza. Então, a família recorreu à Justiça para exigir do Estado o custeio do procedimento, avaliado em R$ 500 mil. Após impasses, a ajuda não foi necessária, pois três dias antes da data para o procedimento na rede privada, uma vaga surgiu no Itaci.
VANESSA MADEIRA
ESPECIAL PARA CIDADE
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