Em janeiro, a caixa de alho de 10 kg custava R$ 8,50 e passou para R$ 110 em março, valor 14 vezes maior
Com a oferta cada vez menor de alimentos vindos de outros estados brasileiros, os fornecedores da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, já começaram a importar produtos para fugir de preços ainda mais elevados. Cebola e alho estão sendo comprados da Holanda e Argentina, respectivamente. Essa é uma das alternativas encontradas para minimizar os impactos no bolso do consumidor, causados pela seca que atinge o Nordeste do País e o norte de Minas Gerais.
O quilo da cebola comprada na Holanda sai aqui a R$ 1,80, aproximadamente, incluindo custos de logística. Na Ceasa, a saca de 20 kg custa R$ 60. O preço poderia ser maior, caso o produto fosse adquirido em território nacional FOTO: DIVULGAÇÃO
De quinta-feira passada até ontem, segundo Odálio Girão, coordenador da Unidade de Informação de Mercado Agrícola da Ceasa, chegaram dez contêineres de cebola (270 mil kg) e cinco de alho (135 mil kg). Os itens, que estão sendo colhidos em grande quantidade naqueles países, chegam em navios que atracam nos portos do Pecém e Mucuripe.
Comumente,
as cebolas comercializadas na central vêm de cidades de Pernambuco
(Petrolina, Cabrobó, Salgueiro e Santa Maria), pertencentes ao Vale do
São Francisco. Apesar de a área ser irrigada, Odálio explica que, devido
à estiagem, não há água em abundância. "O que está sendo produzido lá,
atualmente, só atende à demanda local. A importação, no momento, está
sendo a melhor solução", afirma.Com a oferta cada vez menor de alimentos vindos de outros estados brasileiros, os fornecedores da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, já começaram a importar produtos para fugir de preços ainda mais elevados. Cebola e alho estão sendo comprados da Holanda e Argentina, respectivamente. Essa é uma das alternativas encontradas para minimizar os impactos no bolso do consumidor, causados pela seca que atinge o Nordeste do País e o norte de Minas Gerais.
O quilo da cebola comprada na Holanda sai aqui a R$ 1,80, aproximadamente, incluindo custos de logística. Na Ceasa, a saca de 20 kg custa R$ 60. O preço poderia ser maior, caso o produto fosse adquirido em território nacional FOTO: DIVULGAÇÃO
De quinta-feira passada até ontem, segundo Odálio Girão, coordenador da Unidade de Informação de Mercado Agrícola da Ceasa, chegaram dez contêineres de cebola (270 mil kg) e cinco de alho (135 mil kg). Os itens, que estão sendo colhidos em grande quantidade naqueles países, chegam em navios que atracam nos portos do Pecém e Mucuripe.
Chuvas no Sul
Até o mês passado, o fornecedores ainda conseguiam comprar o produto de municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul a preços razoáveis. Mas, devido às fortes chuvas nessas regiões, a produção diminuiu.
O quilo da cebola comprada na Holanda sai a R$ 1,80, aproximadamente, incluindo os custos de logística. Na Ceasa, a saca de 20 kg custa R$ 60. O preço poderia ser maior, caso o produto fosse adquirido em território nacional. Mesmo assim, o consumidor está pagando 33,3% a mais. "No início do ano, quilo era R$ 40", lembra Odálio.
Com relação ao alho, o coordenador informa que o quilo comprado da Argentina custa, em média, R$ 6, também com os gastos de transporte. Na Ceasa, o valor do item cresceu 14 vezes. Em janeiro, a caixa de 10 kg custava R$ 8,50, passando para R$ 110 em março.
"O alho argentino é de ótima qualidade e, hoje em dia, abastece todo o Brasil", declara Odálio. Ele diz que o principal fornecedor, Minas Gerais, praticamente zerou a produção, concentrada em cidades afetadas pela seca.
Diferença
Conforme noticiou o Diário do Nordeste na edição no último dia 2 de abril, a produção local (da Serra da Ibiapaba, do Maciço de Baturité, do Vale do Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza) caiu 25% nos últimos dois meses por conta da falta de chuvas. A baixa oferta dos itens nessas regiões faz com que vários produtos sejam vendidos na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, a preços muito elevados. O quilo do limão, por exemplo, chega à região metropolitana 166,6% mais caro do que na Ceasa da Ibiapaba, onde é produzido e ofertado a R$ 0,75.
Já o maracujá apresenta variação de 59%. Enquanto o quilo pode ser adquiro a R$ 2,20 na Ibiapaba, em Maracanaú é comercializado a R$ 3,30. Na região metropolitana, o quilo do tomate (R$ 4) é 42,8% mais caro do que no Interior do Estado, vendido a R$ 2,80. Há, ainda, outros itens que apresentam aumentos superiores.
Preço do tomate é piada na rede social
São Paulo/Fortaleza. Considerado o "Judas", o vilão da inflação na Semana Santa, quando bateu a casa dos R$ 10,00, o quilo, na feira livre, transformando-se em mercadoria contrabandeada do Paraguai e até em motivo de piadas nas redes sociais, o preço do tomate finalmente recua 40,2% no atacado e 43% ao produtor, desde o pico de preços anotado nos últimos 12 dias.
A queda consta no levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Com a oferta em baixa e demanda em alta, na última semana de março o preço médio pago por varejistas a atacadistas na Ceagesp chegou a R$ 108,75, a caixa de 22 quilos, ou R$ 4,95 o quilo, e o produtor recebeu R$ 85,47, pela caixa na média das regiões que estão em colheita. Segundo o Cepea/Esalq, logo após a Páscoa, os preços passaram a recuar: na primeira semana de abril, a média na caixa no Ceagesp foi de R$ 82,40 (R$ 3,75 o quilo), preço 24% menor que na Semana Santa.
Demanda menor
Ao produtor, a caixa recuou 18%, para R$ 70,81. Nesta semana, o preço médio no atacado foi de R$ 65,00 a caixa (R$ 2,95 o quilo) e ao produtor ficou em R$ 48,75 a caixa. Nos supermercados de Fortaleza, o produto estava sendo vendido por até R$ 6,00, o quilo, em média. Para a instituição de pesquisa, a redução dos preços nos últimos dias ocorre principalmente pela queda na demanda, com a substituição do tomate por outros produtos. A oferta, por sua vez, ainda segue baixa nas principais regiões que abastecem o Sul e Sudeste do Brasil.
A menor oferta do tomate, segundo os pesquisadores do Cepea/Esalq, ocorreu pela diminuição da área cultivada nos dois últimos anos. Em 2012, a redução foi de 3%, mas a produtividade boa aumentou a oferta e derrubou os preços. Com isso, em 2013 a redução na área foi de 17,5% na média das regiões que colhem neste período.
RAONE SARAIVA
REPÓRTER
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