sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ceará deve receber até maio 30 mil toneladas de milho

Mais 19 mil toneladas de milho estão chegando ao Estado. No campo, os criadores enfrentam dificuldades para alimentar o rebanho FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Segundo a Conab, foi superada a dificuldade de contratação de caminhões para o transporte
Iguatu. Até a primeira quinzena de maio próximo, o Ceará deve receber mais 30 mil toneladas de milho do Programa Venda em Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e igual quantidade a ser doada pelo o governo federal para o governo do Estado. No total, serão 60 mil toneladas do grão. Pelo menos, essa é a expectativa dos dirigentes da companhia e de entidades de classe. No campo, os criadores enfrentam dificuldades para alimentar o rebanho de bovinos, ovinos, caprinos e suínos em decorrência da seca que se abate sobre o Estado desde 2012.
Mais 19 mil toneladas de milho estão chegando ao Estado. Desde o ano passado, que há reclamações de criadores com relação ao atraso e a quantidade insuficiente de milho para atender a demanda dos produtores rurais. Neste ano, as chuvas têm sido em menor quantidade do que 2012.

Alimentar o rebanho em um quadro de estiagem que se agrava torna-se mais dificultoso. No armazém da Conab, em Iguatu, a distribuição voltará a ser feita na próxima segunda-feira, pois a quantidade em estoque (mil toneladas) é insuficiente para atender 600 produtores cadastrados, somente neste município.

"Sabemos das reclamações e das dificuldades dos criadores e que as ações não chegam a 100 por cento", observou o superintende da Conab, no Ceará, Agenor Pereira. "A Conab e o governo estão agindo, tentando ampliar a oferta de milho com maior regularidade nos armazéns. O nosso esforço é para não faltar o produto e acreditamos que logo a situação vai melhorar", salientou.

Neste ano, ele acredita que o problema ocorrido em 2012 ante a dificuldade de contratação de caminhões para o transporte de milho está superado. "Houve novas contratações com o valor do frete atualizado", explicou. "O entrave continua sendo a questão de logística, de distribuição, em decorrência da super safra de soja".

Agenor Pereira disse que as 60 toneladas de milho serão suficientes para atender a necessidade dos criadores até o fim de maio. "Haverá novas reuniões de avaliação da necessidade", afirmou. "Em visita a Fortaleza, em reunião com os governadores, a presidente Dilma Rousseff disse que as ações emergências não vão parar até perdurar o quadro de seca".

O governo federal, por meio da Conab, vai doar para o governo do Ceará 30 toneladas de milho que chegarão via marítima, no Porto do Pecém. A distribuição do produto será feita por transporte ferroviário pela empresa Logística Transnordestina. Serão utilizadas as linhas Norte e Sul e haverá pontos de distribuição e vendas em 20 cidades, incluindo Fortaleza. Na linha sul, serão contempladas as cidades de Baturité, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Acopiara, Iguatu, Lavras da Mangabeira, Aurora, Missão Velha e Juazeiro do Norte. Na linha norte, os polos de distribuição serão instalados nas cidades de Croatá, Itapajé, Miraíma, Sobral, Cariré, Reriutaba, Ipu, Nova Russas e Crateús.

O governo está definindo parceria com a Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) e a Ematerce para a venda e entrega de milho, com prioridade para a agricultura familiar. É provável que ocorra sobra do produto e, nesse caso, outros produtores serão atendidos. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário está definindo o modelo de distribuição e comercialização dos grãos.

O presidente da Federação de Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, disse que, se nos próximos 60 dias chegar o total de 60 mil toneladas de milho anunciadas pelo governo, a situação será de relativa tranquilidade. "Em Brasília, no último dia 3, discutimos na Casa Civil, o estabelecimento de uma quota mensal de 30 mil toneladas do produto. Uma quantidade quase duas vezes superior à média de 2012", observou. "Dessa forma, haveria um relativo equilíbrio", ressaltou.

Flávio Saboya observou que somente o milho não é a solução para evitar a morte de animais no campo, em decorrência da seca. "Os bovinos precisam de volumoso, capim, para fazer a digestão e, por isso, defendemos o projeto de plantio de forragem em áreas de perímetros irrigados e particulares", frisou. O governo federal cedeu cerca de dois mil hectares na Chapada do Apodi para a produção de forragem e milho. "Esperamos que até setembro já possa haver produção nessa área".

Demanda
60 mil toneladas estão sendo aguardadas pelos produtores rurais, como uma quantidade que pode minorar as demandas do rebanho por alimento.

Mais informaçõesSuperintendência da Conab no Ceará, Gerência de Operações, (85) 3252. 1722
Federação da Agricultura do Estado do Ceará, (85) 3535.8023

HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER

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