quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Dilma diz que País ´vira a página da exclusão social´

A presidente disse que metas e prazos do programa Brasil sem Miséria foram superados e que "falta pouco para que não haja mais brasileiros na extrema pobreza", e convocou a sociedade para eliminar esse problema do País FOTO: AGÊNCIA BRASIL
A presidente propôs informalmente, em seu discurso, um grande campeonato pela justiça e igualdade no País
Brasília. A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, durante anúncio da ampliação do Plano Brasil sem Miséria, que o País está "virando uma página decisiva na longa história de exclusão social". E destacou que outras páginas precisam ser viradas, como a do acesso ao emprego.


A nova ampliação pretende tirar da miséria os 2,5 milhões de pessoas que ainda constam como extremamente pobres no Cadastro Único - banco de dados federal com informações de famílias de baixa renda.

A presidente disse que metas e prazos do programa Brasil sem Miséria foram superados e que "falta pouco para que não haja mais brasileiros na extrema pobreza". "Por não termos abandonado nosso povo, a miséria está nos abandonando", disse a presidente, acrescentando que o Brasil retirou pessoas da miséria por ter sensibilidade, honestidade e coragem política.

Cidadania

Segundo Dilma, a superação da miséria não se faz só por meio da renda, mas é preciso enfrentar outras faces, levando cidadania e oportunidades. "Nosso desafio é garantir escola em tempo integral, alfabetização na idade certa, creches", destacou.

"Agora que acabamos com a miséria visível, temos de ir atrás da miséria ainda invisível, aquela que se esconde dos nossos olhos, dos nossos programas e das estatísticas oficiais", completou. Dilma destacou que é preciso preencher as lacunas do cadastro único dos programas sociais do governo, preenchendo-as com nome e endereço, com a tipificação de cada família que ainda não recebe os benefícios do Brasil sem Miséria.

A presidente propôs informalmente um grande campeonato pela justiça e igualdade no País, para buscar pessoas que estão fora do Cadastro Único, porta de entrada para programas sociais do governo. "Vamos todos juntos, governo federal, Estados, municípios e movimentos sociais. Vamos vencer esse campeonato e aí vamos entrar para a história como um dos países que, de forma determinada e acelerada, eliminou do seu território a pobreza extrema", afirmou.

O novo benefício social, que começará a ser pago em março por meio do cartão do Bolsa, irá transferir dinheiro extra suficiente para que a pessoa supere a linha oficial de miséria, de R$ 70. Exemplo: se a pessoa ganha R$ 50, receberá do governo ao menos mais R$ 21. A nova transferência terá um custo anual de R$ 928,4 milhões.

Com isso, o governo diz que terá retirado da extrema pobreza todos os 22,1 milhões de pessoas que, no início do governo Dilma, constavam como miseráveis no Cadastro Único.

No entanto, diferentemente do que a publicidade oficial dá a entender, para que se cumpra a promessa de erradicar a miséria, mesmo que sob critérios apenas monetários, ainda é preciso incluir ao menos 700 mil famílias (ou cerca de 2,5 milhões de pessoas) no cadastro. A promessa agora é que, até o fim de 2013, essas pessoas serão encontradas e cadastradas, para só então começarem a se beneficiar de programas federais.

Mulheres

Ainda ontem, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso de afago aos movimentos sociais, ao participar do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil. Ela reafirmou o compromisso de combate à violência contra a mulher brasileira e destacou a importância do apoio dos movimentos sociais à sua chegada à Presidência da República.

Falcão aposta na reeleição

Brasília.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que "tem convicção" de que a presidente Dilma Rousseff "tem tudo para ser reeleita" em 2014 e minimizou as possíveis candidaturas do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e da ex-senadora Marina Silva. "O governo não tem pedras no caminho", afirmou ele, após cerimônia de lançamento da ampliação do Programa Brasil Sem Miséria.

Falcão confirmou que a presidente estará presente na festa de 10 anos de governo do PT, em São Paulo, hoje, mas disse que o evento não será para lançar candidaturas e nem para falar em eleição. "Ela é o nosso nome e será homologada no devido momento, no encontro do partido convocado para este fim", prosseguiu Falcão.

Ao se referir a Eduardo Campos, o presidente do PT disse que ele e o PSB são aliados, participam do governo e têm ajudado o País mudar nos últimos 10 anos. "E nós esperamos que continue assim", emendou. Sobre a ex-senadora Marina Silva, Rui Falcão lembrou que ela acaba de lançar um novo partido.

O presidente do PT negou que o aniversário de dez anos do partido no governo possa servir para que se faça um desagravo aos petistas condenados pelo STF, no processo do mensalão.

Para celebrar os 10 anos, o PT elaborou uma cartilha intitulada "O Decênio que mudou o Brasil - PT 10 anos de governo: do povo, para o povo, pelo povo"

Cid: PSB terá candidato à Presidência ´algum dia´

O governador do Ceará disse que se depender dele, o PSB vai apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014 FOTO: ALCIDES FREIRE

Brasília.
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse ontem que o PSB deve ter candidato à Presidência da República "algum dia", mas reiterou que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições do próximo ano.

"2014 será tratado em 2014. Eu defendo que a gente apoie a presidente Dilma em 2014, me sinto à vontade para dizer pública e claramente isso, que se depender de mim, a gente apoia a Dilma em 2014", disse o governador a jornalistas, após cerimônia no Palácio do Planalto.

Eternamente

Apesar do endosso à presidente Dilma, Cid Gomes disse que o seu ideal é que o PSB "tenha um candidato algum dia".

"Não quero ficar eternamente tendo de fazer essa opção PT ou PSDB, PSDB ou PT", afirmou.

Na avaliação do governador, 2013 é um ano que depende da economia. "Ela (Dilma) tem de ter essa preocupação. Esse ano é fundamental que o País volte a crescer, sob pena da gente ter uma queda maior que se traduza inclusive numa elevação do índice de desemprego", disse.

Eduardo Campos

Sobre uma possível candidatura do presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, à Presidência da República, Gomes respondeu: "O Eduardo é presidente do partido, tem mais deveres do que eu. Ele não pode simplesmente dar a posição dele, ele tem de ter uma posição de magistrado ali, porque essa questão num dado momento vai ser discutida". Para Cid, os passos que Eduardo Campos está dando demonstram que o pernambucano é solidário a Dilma e que o partido está do lado da presidente da República.

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